Justiça cumpre reintegração de posse em fazenda ocupada pelo MST, em Arapiraca

Operação acompanhada por forte efetivo policial ocorreu sem resistência

Por Thiago Gomes, com Rogério Nascimento, Gazeta Web 12 de Novembro de 2025 às 15:34
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Justiça cumpre reintegração de posse em fazenda ocupada pelo MST, em Arapiraca
A manhã desta quarta-feira (12) foi marcada pela execução da reintegração de posse da Fazenda Laranjal, localizada entre os municípios de Arapiraca e São Sebastião, às margens da AL-110.

A decisão judicial, em segunda instância, determinou a desocupação da área ocupada há mais de um ano por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A ação transcorreu de forma pacífica, sem resistência por parte dos acampados, que acataram a decisão e deixaram o local voluntariamente.

O trabalho mobilizou mais de 150 policiais militares do 3º Batalhão, além de equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Corpo de Bombeiros (CB), Conselho Tutelar e da Secretaria de Saúde de Arapiraca. Caminhões e máquinas foram disponibilizados para auxiliar na retirada dos pertences dos ocupantes.

“Esperamos que tudo fosse resolvido por meio do diálogo. Felizmente, conseguimos chegar a um acordo com os líderes do assentamento, e a desocupação ocorreu sem incidentes”, destacou o tenente-coronel Carlos Alberto, ressaltando que a Polícia Militar (PM) atuou de forma técnica e humanizada, com foco na segurança de todos.

O deputado estadual Cabo Bebeto (PL) acompanhou a operação e elogiou a atuação da Justiça alagoana. “Foram 197 dias sem que os proprietários tivessem acesso à fazenda. Hoje, a Justiça cumpriu seu papel, devolvendo o que é de direito. Tudo ocorreu de forma tranquila, como deve ser”, disse o parlamentar, acrescentando que o Estado mobilizou um grande efetivo para garantir o cumprimento da decisão.

O advogado Jaelson Barbosa, representante dos proprietários, também esteve presente e afirmou que a reintegração seguiu todos os trâmites legais. Ele criticou a postura do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que, segundo ele, não apresentou alternativas de realocação para as famílias.

“O Incra nunca se dispôs a fazer um estudo técnico da área e, mais uma vez, tentou adiar o cumprimento da decisão. Mas a Justiça foi firme e garantiu a posse legítima aos proprietários”, afirmou o advogado.

Os integrantes do MST não quiseram se pronunciar. A operação foi concluída com apoio logístico do proprietário da fazenda, responsável por disponibilizar caminhões e equipamentos para o transporte das famílias e seus bens.

A Fazenda Laranjal havia sido ocupada no dia 26 de abril do ano passado, e, desde então, tramitava o processo judicial que culminou na desocupação pacífica desta quarta-feira.