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Quinta-feira, 22 Maio, 2025

Scarlett Johansson estreia primeiro filme como diretora em Cannes e diz ‘todos os atores têm medo de desaparecer’

“Eleanor the Great” é uma reflexão sobre a passagem do tempo e a necessidade de manter certas histórias vivas, afirma sua diretora, Scarlett Johansson, uma atriz que acredita que “todos os atores têm medo de desaparecer”. Johansson logo atenua sua declaração durante uma entrevista com jornalistas em Cannes, no dia seguinte à estreia do seu primeiro longa metragem como diretora.
“Bom, creio que trabalhei tempo suficiente para deixar de me preocupar com desaparecer, e acho isso libertador. Mas você não diria que todos os atores se preocupam com isso?”, pergunta, dirigindo-se à atriz June Squibb, de 95 anos, protagonista do filme. “Claro, e acho que todos tentamos fazer o correto. Nunca temos certeza de nada”, respondeu a atriz, que conseguiu o papel de protagonista em uma idade bastante incomum no meio do cinema.

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Uma cascata de mal-entendidos 
Eleanor é uma idosa que vive na Flórida e cuja melhor amiga, uma sobrevivente do Holocausto, falece. Devastada pela perda, se muda para Nova York, onde não consegue reatar os laços com a filha. Um dia, entra em contato com um grupo de discussão sobre a Shoá e, obcecada pela memória da amiga, apropria-se de sua história, o que provoca uma cascata de mal-entendidos que ela não consegue conter.
Ela nem sequer se atreve a contar a verdade para sua inesperada nova amiga, uma estudante de jornalismo interpretada por Erin Kellyman. Mas o filme não aborda apenas o medo individual da morte, e sim o medo do desaparecimento das histórias, como o genocídio perpetrado pelos nazistas.
“Eleanor diz que, se ela não contar a história [da amiga], ninguém o fará. E, nestes tempos em que estamos debatendo constantemente sobre quem tem direito de contar a história de outra pessoa, também temos que encarar o fato de que as histórias precisam ser contadas, senão desaparecerão”, acrescenta Johansson.
A atriz de 40 anos se inspirou nos diversos diretores prestigiados com os quais trabalhou, como Woody Allen e Sofia Coppola, para conseguir dirigir o filme com ares “indie”, distante das grandes produções como a saga dos Vingadores.
“Toma notas há 70 anos” 
Scarlett Johansson afirma que o filme era a oportunidade perfeita para trabalhar com uma atriz que admira há anos. “Simplesmente estava entusiasmada para trabalhar com June. É tão precisa, tão eficiente. Fez com que meu trabalho fosse tão fácil, porque me dei conta que estava dando instruções para alguém que toma notas e as segue há 70 anos”, acrescenta.
Nascida em 1929, Squibb começou a carreira no teatro, mas só em 1990, aos 61 anos, participou do seu primeiro filme, “Simplesmente Alice”, sob direção de Woody Allen. Daí em diante, participou intensamente de gravações, como se precisasse recuperar todo tempo que havia passado distante das câmeras: “A Época da Inocência”, dirigida por Martin Scorsese, ou “Nebraska”, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante.
À pergunta de se “Eleanor The Great” a fez voltar a sonhar com um Oscar, Squibb respondeu com uma gargalhada: “Sempre sonho com um Oscar!”. “Mas acho que este filme merece ter uma chance, tanto pela direção quanto por melhor papel coadjuvante”, diz com elegância, apontando para Erin Kellyman.
“Scarlett é uma das diretoras mais atenciosas com quem já trabalhei”, explica Kellyman, que em breve estreará “Extermínio: A Evolução”, da saga de horror de Danny Boyle. Johansson trabalha com cinema desde os 10 anos e já foi nomeada duas vezes ao Oscar. Como a imensa maioria das grandes estrelas de Hollywood, ela tem sua própria produtora. “Quando recebi o roteiro, liguei para o meu sócio e disse: ‘acho que consigo dirigir isso’. Nunca tinha dito isso antes”, recorda Johansson.
*Com informações da AFP
Publicado por Carolina Ferreira

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Fonte: Jovem Pan

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