Israel e Irã intensificaram neste sábado (14) a escalada militar que ameaça desestabilizar o Oriente Médio. Após ataques aéreos em larga escala contra alvos iranianos, Israel alertou que “Teerã arderá” caso novos mísseis sejam lançados contra seu território. Na sexta-feira (13), o exército israelense lançou um bombardeio sem precedentes contra instalações militares e nucleares do Irã, alegando que o país se aproximava do “ponto sem retorno” para desenvolver uma arma atômica. Segundo as Forças de Defesa de Israel, mais de 200 alvos foram atingidos, resultando na morte de líderes militares de alto escalão, incluindo o chefe do Estado-Maior, o comandante da Guarda Revolucionária e da força aeroespacial do Irã. No total, o exército israelense afirma ter matado mais de 20 comandantes iranianos.
Como resposta, o Irã disparou dezenas de mísseis contra instalações militares israelenses. Embora a maioria tenha sido interceptada — com ajuda dos Estados Unidos —, alguns atingiram a região de Tel Aviv, provocando a morte de três civis e deixando dezenas de feridos. “Ouvimos uma explosão muito forte, tudo tremia. Foi aterrorizante”, relatou Chen Gabizon, morador de Tel Aviv.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, responsabilizou diretamente o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei. “Se continuar disparando mísseis contra Israel, Teerã pagará o preço”, afirmou, acusando o Irã de transformar seus próprios cidadãos em reféns. O Irã, por sua vez, afirma que o ataque israelense deixou ao menos 78 mortos e mais de 320 feridos, a maioria civis. O embaixador iraniano na ONU classificou a ofensiva como um ato de guerra e justificou a resposta como legítima defesa.
A ofensiva israelense continua. O exército anunciou novos bombardeios contra lançadores de mísseis e sistemas de defesa aérea, principalmente nas regiões de Teerã, Tabriz e nas províncias ocidentais iranianas. Israel também alegou ter destruído uma usina de urânio em Isfahan e atingido bases militares no oeste do país. Apesar da gravidade da situação, não foram registrados aumentos nos níveis de radiação, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Ainda assim, a agência confirmou danos a uma instalação próxima à usina nuclear de Natanz.
O ataque israelense foi lançado no momento em que se preparava uma nova rodada de negociações entre Estados Unidos e Irã, mediada por Omã, sobre o programa nuclear iraniano. No entanto, Teerã suspendeu o diálogo, acusando Washington de cumplicidade com Israel. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, havia advertido o Irã a aceitar um acordo ou enfrentar ataques “ainda mais brutais”.
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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que as operações continuarão. “Mais ataques virão”, declarou, reforçando o compromisso de impedir o avanço nuclear iraniano. Já o aiatolá Khamenei respondeu: “Israel lançou uma guerra que levará à sua ruína”. A tensão levou ao fechamento dos principais aeroportos de ambos os países e ao temor, entre especialistas, de que o confronto evolua para um conflito de maiores proporções. O papa Leão XIV fez um apelo à “responsabilidade e à razão”, pedindo moderação às partes envolvidas.
*Com informações da AFP
Publicado por Felipe Cerqueira
Fonte: Jovem Pan