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Quarta-feira, 10 Setembro, 2025

Irã anuncia acordo para novo marco de cooperação com AIEA

O Irã anunciou nesta terça-feira (9) um acordo para um novo marco de cooperação com o organismo nuclear da ONU após a suspensão de sua colaboração, consequência dos ataques de junho de Israel e dos Estados Unidos contra território iraniano. O acordo foi assinado no Cairo pelo ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Arghchi, e pelo diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, que o qualificou como “um passo importante na direção correta”.
Trata-se da primeira reunião de alto nível do governo iraniano com a AIEA desde que o Irã suspendeu sua cooperação com a agência após a guerra de 12 dias com Israel em junho. Os ataques incluíram bombardeios israelenses e americanos contra instalações nucleares iranianas. O Irã, que criticou a AIEA por não condenar esses ataques, afirmou que a cooperação futura com a agência adotará “uma nova forma”. “O Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica chegaram a um entendimento sobre como agir nas novas circunstâncias”, declarou à televisão estatal o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Esmail Baqai, após uma reunião no Cairo entre Araghchi e Grossi.
A suspensão da cooperação do Irã com a AIEA significava que os inspetores nucleares precisavam de autorização do mais alto órgão de segurança do país para poder realizar seu trabalho. Embora o Irã insista que seu programa nuclear tem fins civis, os países ocidentais acusam o governo de buscar uma arma atômica, algo que Teerã sempre negou.
Durante sua estada no Cairo, o chanceler iraniano e o chefe da AIEA se reuniram com o presidente egípcio, Abdel Fatah al Sisi, que qualificou o acordo como “um passo positivo rumo à desescalada”.
A suspensão da cooperação de Teerã com a AIEA provocou a saída dos inspetores da agência do Irã, antes que uma equipe retornasse brevemente no mês passado para supervisionar a substituição de combustível na usina nuclear de Bushehr. Pouco depois, eles partiram novamente.
Donald Trump, durante seu primeiro mandato como presidente dos Estados Unidos, retirou unilateralmente seu país do acordo nuclear de 2015 e impôs duras sanções ao Irã. Uma nova rodada de conversações nucleares com os Estados Unidos, que havia começado em abril, terminou quando Israel lançou ataques contra o Irã em junho.

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Irã diz que novo acordo com AIEA permite manter cooperação e proteger direitos
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou que o acordo fechado com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) é um instrumento que oferece “o marco” para que o Irã proteja seus direitos e, ao mesmo tempo, mantenha a cooperação com o órgão que zela pela segurança nuclear global. Em entrevista coletiva após a assinatura do acordo no Palácio Tahrir, no Cairo, Araqchi afirmou que o que ficou acertado são “medidas práticas sobre salvaguardas na implementação (da cooperação atômica iraniana) que são totalmente consistentes com a legislação iraniana”. “Aborda as preocupações iranianas e fornece o quadro que nos permite continuar cooperando”, disse, além de salientar que o acordo “estabelece modalidades práticas para a cooperação que refletem tanto a extraordinária situação de segurança que o Irã enfrenta quanto os requisitos técnicos da AIEA”.
Araqchi assinou um acordo com o diretor-geral da AIEA, o argentino Rafael Grossi, na presença do ministro das Relações Exteriores do Egito, Badr Abdelaty, país anfitrião da última reunião entre as partes. O ministro iraniano destacou que o acordo é um passo importante na demonstração de boa fé de seu país, que segundo ele está disposto a “resolver qualquer questão relacionada ao seu programa nuclear pacífico por meio da diplomacia e do diálogo”.
“Os atos de agressão injustificados que ocorreram de 13 a 24 de junho e que tiveram como alvo nossos centros nucleares sob salvaguardas foram descaradamente ilegais e criminosos. E os regimes de Estados Unidos e Israel devem ser responsabilizados por todos os danos humanos e materiais. O Irã nunca esquecerá nem perdoará esses atos criminosos”, afirmou. Ele frisou que “em caso de qualquer ato hostil” contra o Irã, ou “no caso da reimposição das resoluções já eliminadas do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, o país considerará encerrados os avanços acertados hoje.
*Com informações da AFP e da EFE
Publicado por Nícolas Robert

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