Outros riscos estão relacionados à perda da funcionalidade. A língua é necessária para enviar o bolo alimentar para a garganta e, se o limite de corte for ultrapassado, podem surgir complicações na deglutição dos alimentos. O órgão também é responsável pelo sabor. Assim, modificações na ponta da língua, onde captamos o sabor doce, podem fazer a pessoa sentir menos esse gosto e passar a utilizar mais açúcar e adoçantes para compensar a perda de sensibilidade. Somado a isso, pode haver prejuízo em uma das funções mais importantes da língua: a fala. Diversos sons são formados a partir de posições desse órgão, como a letra L, e podem soar de maneira diferente após a bifurcação.
Por isso, os especialistas destacam que o interessado deve ter certeza da vontade de fazer a modificação e, caso decida realizá-la, busque o profissional adequado. Endrigo Bastos, cirurgião plástico e craniomaxilofacial, lembra que procedimentos cirúrgicos devem ser feitos com profissionais habilitados. “Uma pessoa que saiba lidar com as complicações envolvidas e consiga controlar hemorragias ou infecções, por exemplo, que sempre podem acontecer”, ressalta o membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Procedimento é reversível?
As duas partes separadas da língua podem ser costuradas de volta, mas isso não implica no retorno das funções.”É reversível, mas não volta ao normal. Posso juntar as duas cicatrizes do corte, mas isso formaria uma nova cicatriz. Toda cicatriz tende a ser mais dura, resistente, com um tecido mais fibroso, o que pode gerar outros problemas de movimentação”, alerta Lima. “São poucos ganhos, na maioria estéticos, para muitas complicações.”
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*Com informações do Estadão Conteúdo
Fonte: Jovem Pan