35 C
Arapiraca
Terça-feira, 15 Abril, 2025

Daniel Noboa é reeleito presidente do Equador

O presidente do Equador, Daniel Noboa, foi reeleito no domingo (13) ao vencer a candidata de esquerda Luisa González, que não reconheceu a derrota no segundo turno da eleição presidencial, em um país polarizado e abalado pela violência do narcotráfico. Com 92,6% das urnas apuradas, Noboa tem 55,7% dos votos, contra 44,3% de González, segundo dados do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Nas ruas, os eleitores do presidente celebravam o resultado.

“Me parece lamentável que com 11, 12 pontos de diferença se tente, de alguma forma, questionar a vontade dos equatorianos”, disse o presidente de 37 anos na cidade de Olón. “Me nego a acreditar que exista um povo que prefira a mentira à verdade”, afirmou González, de 47 anos. “Vamos pedir a recontagem e que se abram as urnas (…) é a mais grotesca fraude eleitoral”, acrescentou a candidata do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017).
Na capital Quito, clima era de festa. “Estaremos melhor equipados para enfrentar (…) a máfia e absolutamente tudo de ruim que o país tem”, disse à AFP Natalie Ulloa, administradora de 26 anos. O medo e a tensão marcaram as eleições no país de 18 milhões de habitantes, onde a cada hora uma pessoa é assassinada, segundo os dados oficias.

A polarização, aprofundada pela desinformação, provocou embates entre os candidatos e advertências de fraude. “Esta vitória foi histórica (…) não há nenhuma dúvida de quem é o vencedor”, disse Noboa, empresário milionário e um dos governantes mais jovens do mundo. Quase 84% dos 13,7 milhões de eleitores compareceram às urnas, em um país onde o voto é obrigatório, segundo o CNE.

Fraude?

Noboa denunciou irregularidades na apuração do primeiro turno, mas observadores internacionais descartaram a possibilidade. No segundo turno, foi a vez de González acusar o governo de “ações desesperadas” para manipular as atas de votação. “Devemos rejeitar com firmeza a narrativa de fraude, as acusações sem provas (…) minam a confiança na democracia”, afirmou Diana Atamaint, presidente do CNE.

Os resultados de domingo representam a pior derrota das forças de Correa desde que ele deixou o poder. “Há um anticorreísmo forte, que (seu partido) a Revolução Cidadã não consegue superar (…) e então esse é o resultado”, explica Ruth Hidalgo, cientista política da Universidade das Américas.

Na véspera do segundo turno, o governo declarou 60 dias de estado de exceção parcial e ordenou um toque de recolher noturno nas regiões mais afetadas pela violência. “É uma violação dos nossos direitos”, reclamou González, que aspirava se tornar a primeira presidente eleita do país.

A guerra entre cartéis provocou o assassinato de um candidato a presidente em 2023, a tomada de penitenciárias por gangues e o ataque armado contra um canal de televisão durante uma transmissão ao vivo. Tudo em uma economia endividada e sufocada pelo custo da luta contra o narcotráfico. Os equatorianos votaram, também, pressionados pela pobreza (28%) e pelo desemprego e subemprego (23%).

Aliado dos Estados Unidos

Muito ativo nas redes sociais, Noboa explora sua imagem jovem, de homem com tatuagens, atlético e músico amador. Também usa a imagem de político implacável à frente de grandes operações militares usando colete à prova de balas. Noboa nasceu nos Estados Unidos, é herdeiro de um magnata do setor da banana e adota uma política econômica neoliberal.

Embora muito popular, organismos de direitos humanos denunciam que seu plano de segurança inclui abusos. O assassinato de quatro menores de idade em Guayaquil envolveu 16 militares e abalou o governo. O presidente reivindica a redução da taxa de homicídios do recorde de 47 para cada 100.000 pessoas em 2023 para 38 para cada 100.000 em 2024. Apesar da queda, o índice continua como o mais elevado da América Latina, segundo o Insight Crime.

Noboa é um dos maiores aliados dos Estados Unidos na região, pediu ajuda militar ao presidente Donald Trump e não descarta a presença de bases militares estrangeiras no país. O presidente completará em maio o mandato de Guillermo Lasso, que dissolveu o Congresso e convocou eleições antecipadas para evitar um julgamento por corrupção. Com Noboa “tudo permanece igual, o país segue em pedaços”, disse Jair Esmeraldas, estudante de 24 anos.

*Com informações da AFP

Fonte: Jovem Pan

Últimas

Últimas notícias
Últimas notícias

Justiça decreta prisão preventiva de advogado suspeito de agredir mulher

Durante audiência de custódia, realizada nesta terça-feira (15), a...

Lucas Moura deve retornar ao time do São Paulo no fim de abril

Lucas Moura, peça chave do São Paulo, está em...

Jorge Sampaoli pode retornar ao Santos após demissão de Pedro Caixinha

A possibilidade de Jorge Sampaoli retornar ao Santos ganhou...

Hamas diz que ‘perdeu contato’ com grupo que mantém israelense-americano refém

O braço armado do movimento islamista palestino Hamas, as...