A falsa comunicação de uma gravidez pode ter sido a motivação do assassinato da adolescente Ana Beatriz de Moura, de 15 anos, cujo corpo foi encontrado no último sábado (3), dentro de uma fossa, no bairro de Guaxuma, em Maceió.
A informação foi repassada pela delegada Thalita Aquino, titular da Delegacia de Crimes contra a Criança e o Adolescente- e responsável pelas investigações do caso. Mas, durante a entrevista coletiva realizada no começo da tarde desta segunda-feira (5), a delegada já antecipou que os exames não atestaram a gravidez.
Ainda de acordo com a Polícia, a Perícia Oficial fará exames tanto para identificação do corpo, quanto para constatar qual a causa da morte da jovem, que pode ter ocorrido por asfixia ou até mesmo por envenenamento. Não foram identificadas perfurações por arma branca ou de fogo.
Para a polícia judiciária, não há dúvidas de que o suspeito preso quatro dias após o desaparecimento da menor tem envolvimento no crime. O suspeito é casado, tem três filhos e mantinha um relacionamento extraconjugal com a vítima.
“Nós acreditamos que o crime foi premeditado. Ela deve ter contado ao suspeito que estava grávida e ele pode ter se desesperado, já que tem esposa e filhos. Durante as investigações, conversamos com adolescentes que estudavam com Ana Beatriz no Ifal e elas relataram que a jovem havia contado estar grávida e feliz, inclusive chegou a dizer que já sabia o sexo do bebê. No entanto, a perícia não encontrou nenhum indício de gestação”, afirmou a delegada Thalita.
A Polícia Civil vai solicitar a prisão preventiva do suspeito, que já se encontra detido no sistema prisional de Alagoas. As investigações continuam e não está descartada a hipótese da participação de outras pessoas no crime.
Perícia
Durante coletiva de imprensa, a perita geral da Polícia Científica de Alagoas, Rosana Coutinho, contou que o local onde o corpo foi encontrado dificultou a localização dele pela polícia e que, por ser úmido e frio, acabou conservando o cadáver.
“Mesmo assim, a identificação por papiloscopia foi inviabilizada. Vamos tentar identificá-la por arcada dentária e, se não conseguirmos, vamos fazer o DNA”, contou a perita.
A família de Ana Beatriz aguarda a liberação do corpo para que possa se despedir da adolescente, que será sepultada no município de Porto Calvo, na Região Norte de Alagoas.