O magnata do cinema Harvey Weinstein, 73 anos, cuja queda em desgraça em 2017 marcou o nascimento do movimento global #MeToo, voltou ao banco dos réus nesta terça-feira (15) para ser julgado por estupro e agressão sexual, depois que sua primeira condenação foi anulada. “O juiz está analisando os membros do júri. Vamos lá fazer o melhor que pudermos para conseguir um júri justo e imparcial”, disse o advogado de Weinstein, Arthur Aidala, aos jornalistas. A condenação por júri popular em 2020 a 23 anos de prisão foi anulada pelo Tribunal de Apelações de Nova York em abril de 2024 por tecnicidades processuais. A justiça o considerou culpado em duas das cinco acusações: agressão sexual de Mimi Haleyi e estupro de Jessica Mann. Vestido com terno e gravata azul e em cadeira de rodas, Weinstein assistiu ao primeiro dia de seleção dos membros do júri que selarão seu destino, em um processo complexo, pois muitos dos candidatos foram recusados após reconhecerem que não poderiam ser imparciais em um caso tão midiático.
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O juiz Curtis Farber prevê que o julgamento termine em maio, mas não descarta que possa se prolongar até o início de junho. O fundador, juntamente com seu irmão Bob, da produtora Miramax, será julgado por agressão sexual à ex-assistente de produção Mimi Haleyi em 2006, estupro da aspirante a atriz Jessica Mann em 2013 e por uma nova acusação de suposta agressão sexual em 2006 em um hotel de Manhattan. Mais de 80 mulheres o acusaram de assédio, agressão sexual ou estupro, incluindo Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Ashley Judd. Weinstein espera que o caso seja “analisado com um novo olhar”, quase oito anos após as investigações do The New York Times e da The New Yorker terem levado à sua derrocada e ao nascimento do movimento #MeToo, visto como uma forma de liberar muitas vítimas para se manifestarem contra o abuso sexual no local de trabalho.
Detido na prisão de Rikers Island, em Nova York, Weinstein atualmente cumpre outra sentença de 16 anos imposta por um tribunal de Los Angeles pelo estupro e agressão sexual de uma atriz europeia em 2013. O ex-todo-poderoso produtor de sucessos cinematográficos como ‘Sexo, Mentiras e Videotape’, ‘Pulp Fiction’ e ‘Shakespeare Apaixonado’ apareceu em audiências recentes visivelmente debilitado, careca, pálido e em cadeira de rodas, mas sempre com um olhar desafiador no rosto. Desde o surgimento do #MeToo, houve um aumento significativo nas denúncias de abuso e assédio sexual, principalmente em países como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Espanha e México. Atores como o francês Gerard Depardieu e o americano Bill Cosby foram levados ao banco dos réus por suas supostas vítimas.
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*Com informações da AFP
Publicado por Sarah Paula
Fonte: Jovem Pan