Dados recentes do Ministério da Saúde (MS) revelam um aumento alarmante de 180% nas internações por infarto entre brasileiros com menos de 40 anos, entre os anos 2000 e 2024. A tendência preocupa especialistas e chama atenção para a urgência de mudanças no estilo de vida da população jovem.
O cardiologista Leandro Castelo, do Hospital do Coração Alagoano, aponta que essa situação é fruto de uma combinação preocupante. De acordo com ele, o sedentarismo, aliado à alimentação inadequada, ao estresse e uso de substâncias nocivas, têm elevado o número de casos de hipertensão, obesidade e diabetes precoces, que aumentam o risco de doenças cardiovasculares.
“A rotina acelerada, associada a hábitos alimentares ruins e falta de atividade física, tem levado ao crescimento dessas doenças em jovens. São fatores silenciosos que, somados, podem culminar em um infarto antes dos 40 anos”, alerta o médico.
Além disso, o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados, bebidas energéticas, cigarros eletrônicos e até anabolizantes contribui diretamente para o agravamento desse cenário.
Como reduzir os riscos?
Para o especialista, é possível reverter esse quadro com medidas simples e eficazes como adotar uma alimentação balanceada, rica em frutas, vegetais, fibras e com baixo teor de gordura e sódio; praticar exercícios físicos regularmente, mesmo que sejam caminhadas diárias de 30 minutos; controlar o estresse, incluindo pausas, lazer, sono adequado e, se necessário, apoio psicológico; evitar o tabagismo, o álcool em excesso e o uso de anabolizantes; além de realizar check-ups periódicos, mesmo na juventude, para detectar fatores de risco precocemente.
“Prevenção é sinônimo de qualidade de vida. Se os jovens mudarem alguns hábitos hoje, poderão evitar consequências graves amanhã. Não é preciso esperar os sinais para cuidar do coração. O cuidado começa agora”, reforça Leandro.