O Ministério das Relações Exteriores israelense atacou nesta sexta-feira o presidente da França, Emmanuel Macron, alegando que está empreendendo “uma cruzada contra o Estado judeu”, após o governante afirmar que a Europa deve “endurecer” sua posição se Israel não melhorar a crise humanitária que causou na Faixa de Gaza. “A cruzada do presidente Macron contra o Estado judeu continua. Macron não está interessado em fatos. Não existe nenhum bloqueio humanitário”, afirmou o comunicado da pasta de Exteriores de Israel, contradizendo o fato de que alimentos têm chegado a Gaza em ritmo lento nos últimos quatro dias, após quase três meses de bloqueio total. Além disso, o ministério insistiu que, ao reconhecer um Estado palestino – como a França planeja fazer em junho – Macron “recompensará” os milicianos, assim como fará se impor sanções contra Israel.
“Se não houver uma resposta (de Israel) compatível com as necessidades humanitárias (de Gaza) nas próximas horas e dias, é claro que a posição coletiva da Europa deve endurecer”, afirmou Macron hoje em uma coletiva de imprensa em Singapura ao lado do primeiro-ministro singapurense, Lawrence Wong. O novo mecanismo que Israel autorizou para a distribuição de ajuda humanitária em Gaza entregou apenas cerca de 2,1 milhões de refeições em quatro dias, o que equivaleria a uma única refeição para cada cidadão de Gaza em 96 horas.
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Enquanto isso, nesta sexta-feira, apenas um ponto de entrega de alimentos em Rafah (sul de Gaza) permaneceu aberto – por pouco menos de uma hora, segundo fontes locais -, deixando dezenas de milhares de pessoas de mãos vazias. Além disso, a ajuda ainda não chegou ao norte. Desde terça-feira, o conteúdo de cerca de 200 caminhões pertencentes à ONU, entre outras organizações, foi distribuído em Gaza, mas a maioria transporta apenas farinha, após longos atrasos e exaustivas verificações em ambos os lados da fronteira.
*Com informações da EFE
Publicado por Fernando Dias
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Fonte: Jovem Pan