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Quarta-feira, 12 Fevereiro, 2025

Jogador de futebol iraniano é condenado a morte por apoiar protestos em prol dos direitos da mulheres

O jogador de futebol do Irã, Amir Nasr-Azadani, foi condenado a morte por apoiar os protestos em prol dos direito das mulheres que acontece desde o dia 16 de setembro. Ele foi acusado de “traição a República Islâmica do Irã”. Segundo o chefe da Autoridade Judiciária de Isfahã, o atleta estava envolvido na organização de um protesto que deixou três agentes de segurança mortos.

Detidos desde o dia 18 de novembro, ele é suspeito de ter matado três agentes. A declaração chocou o sindicato mundial dos jogadores profissionais de futebol (FIFPro) que se manifestou nas redes sociais sobre o caso. “O FIFPro está chocado e enojado com as notícias de que o jogador de futebol profissional Amir Nasr-Azadani pode ser executado no Irã depois de fazer campanha pelos direitos das mulheres e liberdades fundamentais no país. Somos solidários a Amir”, escreveu o sindicato em sua conta no Twitter.

Esta reação ocorre depois do clamor causado no exterior após a execução no Irã nos últimos dias de dois jovens presos durante as manifestações motivadas pela morte em 16 de setembro de Mahsa Amini. A iraniana curda, de 22 anos, morreu após ser presa pela polícia moral, por violação do estrito código de vestimenta da República Islâmica. De acordo com a ONG Iran Human Rights (IHR), 458 pessoas morreram na repressão às manifestações e pelo menos 14 mil pessoas foram detidas segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

Amir Nasr-Azadani, zagueiro do clube iraniano Iranjavan e que chegou a jogar no Sub-16 da seleção nacional, iniciou a sua carreira como jogador na equipe de Teerã, Rah-Ahan, com quem estreou na Premier League iraniana. O ex-astro da seleção iraniana Ali Karimi, um fervoroso defensor dos protestos, apoiou o jogador com um tuíte: “Não executem Amir”. O chefe da Autoridade Judiciária de Ispahan (centro-oeste), Abdullah Jafari, indicou no domingo que o futebolista, detido desde 18 de novembro, estava sendo acusado de pertencer a um grupo de nove pessoas que tentou atacar os “fundamentos da República Islâmica” do Irã”, segundo a agência Isna. “Amir e outras três pessoas originaram um protesto ocorrido em 16 de novembro em Ispahan”, durante o qual três agentes de segurança foram mortos, segundo Jafari.

Desde o dia 8 de dezembro, o Irã começou a executar os manifestantes que foram condenados. Ao todo, os tribunais de Teerã condenou 400 pessoas a penas de prisão de até dez anos por sua participação nos protestos após a morte de Mahsa Amini há quase três meses — anunciou a Justiça iraniana, nesta terça-feira (13). “Durante as audiências sobre os manifestantes na província de Teerã, 160 pessoas foram condenadas a penas que variam de cinco a dez anos de prisão; 80 pessoas, a penas de dois a cinco anos; e 160 pessoas, a penas de até dois anos”, disse o chefe da Justiça em Teerã, Ali Alghasi-Mehr, citado pela Mizan Online, agência de notícias do Poder Judiciário.

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