As bolsas de valores em todo o mundo registram fortes perdas nesta segunda-feira (7), ampliando o cenário de aversão ao risco iniciado na semana passada com o anúncio de tarifas de importação pelos Estados Unidos. A política comercial agressiva do presidente Donald Trump e a retaliação imediata da China intensificaram os temores de uma guerra comercial global, provocando quedas expressivas nos mercados da Ásia, Europa e Américas, além da disparada do dólar e da desvalorização do petróleo.
Os futuros de Wall Street indicam mais um dia negativo. O contrato futuro do índice S&P 500 caía 3,5% pela manhã, enquanto o do Nasdaq recuava 4,4%. Com isso, os investidores antecipam perdas adicionais após uma semana em que o mercado americano perdeu quase US$ 6 trilhões em valor de mercado. O índice de volatilidade Vix, conhecido como “índice do medo” de Wall Street, saltou acima de 60 pontos — patamar associado a turbulências extremas —, o maior nível desde agosto passado. A medida reflete a expectativa de forte instabilidade no mercado americano nos próximos 30 dias.
Na Ásia, os principais índices acionários fecharam em forte queda. A bolsa de Hong Kong liderou as perdas, com recuo de 13,22%, a maior baixa desde a crise financeira asiática de 1997. Na China, os índices CSI300 e SSEC caíram 7,05% e 7,34%, respectivamente, após reabertura dos mercados por conta de feriado. A bolsa de Taiwan recuou 9,7%, enquanto a do Japão perdeu 8,8%, após acionamento de circuit breaker.
Na Europa, o índice Stoxx 600 chegou a cair 6,2% no início do pregão, mas amenizou as perdas e operava em baixa de cerca de 4,3% por volta das 8h (horário de Brasília). O DAX, da Alemanha, caía 4,28%; o CAC 40, da França, 4,47%; o FTSE 100, do Reino Unido, 3,92%; e o FTSE/MIB, de Milão, 5,03%. O Ibovespa, principal índice da B3 (Bolsa de Valores do Brasil), acompanhava o movimento global e recuava 1,86% nos primeiros minutos do pregão, aos 124.890 pontos. Com os investidores buscando proteção, o dólar opera em forte alta. Às 10h30, a moeda americana era negociada a R$ 5,90, com valorização de 1,13%. Na última sexta-feira (4), o dólar já havia subido 3,68%. No acumulado do mês, a alta é de 2,27%.
O temor de desaceleração da economia global também pressiona os preços do petróleo. O Brent, referência internacional, caiu 3,3% e era cotado a US$ 63,48 o barril. O WTI, dos EUA, recuava 3,7%, a US$ 59,67 — os menores níveis desde abril de 2021. A decisão da Opep+ de aumentar a produção de petróleo contribuiu para a pressão negativa.
Apesar da reação negativa dos mercados, o presidente Donald Trump reafirmou sua posição em defesa das tarifas. “Às vezes é preciso tomar remédio para consertar alguma coisa”, disse a jornalistas no Air Force One. Trump descartou qualquer acordo com a China enquanto o déficit comercial americano não for reduzido. No domingo (6), escreveu em sua rede social que as tarifas são “coisas lindas de se ver”. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, minimizou os efeitos das medidas. “Nossos parceiros comerciais têm se aproveitado de nós”, afirmou. Questionado sobre a possibilidade de recuo, disse apenas que vai aguardar contrapartidas de outros países.
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A China retaliou com tarifas de 34% sobre produtos americanos e anunciou restrições à exportação de terras raras — matérias-primas estratégicas para a indústria tecnológica. A expectativa é que a União Europeia também anuncie medidas contra o pacote de tarifas dos EUA ainda nesta semana. Analistas alertam para os riscos de uma recessão global. Segundo o JPMorgan, a economia americana pode encolher 0,3% este ano, revertendo uma previsão anterior de crescimento de 1,3%. O presidente do Federal Reserve, Jay Powell, alertou para o risco de “inflação mais alta e crescimento mais lento”.
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Publicado por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Fonte: Jovem Pan