Um vídeo divulgado nessa quarta-feira (06/12) muda as investigações sobre a abordagem policial que resultou na morte do empresário arapiraquense Marcelo Barbosa Leite, de 31 anos. Marcelo Barbosa foi atingido por um tiro de fuzil, disparado por policiais militares, durante uma abordagem na madrugada do dia 14 de novembro.
O vídeo mostra que 1h08 da madrugada de 14 de novembro, o carro do empresário está em um trecho da rodovia AL-220 e faz o retorno. Em seguida, Marcelo é abordado por dois carros da PM, e é possível ver clarões de disparos de arma de fogo.
Segundo os policiais militares, o empresário estava em alta velocidade e ao ser abordado, apontou uma arma para eles. Já a família de Marcelo contesta a versão da PM, e diz que o empresário não tinha nenhuma arma de fogo. (veja o vídeo abaixo)
O advogado da família da vítima, Leonardo de Moraes, também afirmou que o vídeo contradiz a versão dos militares. Ele concedeu entrevista à NN FM na manhã desta quarta-feira (07/12). (veja a entrevista abaixo)
“Esse vídeo muda o quadro inicial das investigações, na madrugada do dia 14, duas viaturas que estavam na ocorrência haviam acusado a vitima de cruzar com eles em frente ao Hospital Chama, e os policias acharam que era um excesso de velocidade, que não estava, o vídeo mostra isso, e isso levou a atitude suspeita, e os militares seguiram o carro”, disse.
“Após passar pelos policias, cerca de 200 metros, tem um retorno, Marcelo faz o retorno, e os policias se adiantam, pegam um retorno anterior, e na contramão pegou o Marcelo de frente. Conforme o vídeo, Marcelo consegue desviar de uma das viaturas, e quando Marcelo desce do seu veículo, um agente público dispara tiros de fuzil. O uso progressivo da força é o último recurso, o tiro pegou nas costas de Marcelo e perfurou três órgãos, causando sua morte”, completou.
O advogado rebate a versão da PM sobre Marcelo estar armado. “Houve alegação que Marcelo havia apontado arma de fogo para a guarnição, e por isso o disparo, mas o Marcelo não tinha arma, e além disso a arma apresentada é incompatível com a própria condição do Marcelo como empresário. Sem contar a modificação da cena do crime, e também não houve fotografia”.
“A expetativa da família é que as investigações revelem o que realmente aconteceu, e que de fato houve um excesso da polícia. A família está dilacerada mas confiante que não houve porte de arma por parte do Marcelo, mas sim um excesso, e Marcelo levou um tiro nas costas”, finalizou.
Marcelo foi internado inicialmente no Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca, depois foi transferido para a Santa Casa de Misericórdia, em Maceió, e no dia 29 de novembro, foi transferido para o Hospital Beneficência Portuguesa do Mirante, em São Paulo, onde não resistiu e acabou falecendo na segunda-feira (05/12). Marcelo foi sepultado nessa terça-feira (06/12), sob forte comoção.
Entrevista com o advogado da família da vítima, Leonardo de Moraes: