A guerra entre Israel e Irã atingiu um novo patamar neste sábado (14), com trocas intensas de ataques aéreos e retóricas cada vez mais agressivas de ambos os lados. O confronto, classificado por analistas como a primeira guerra aberta entre dois dos principais exércitos do Oriente Médio, já deixou ao menos 80 mortos no Irã e três vítimas fatais em Israel, além de centenas de feridos e destruição generalizada em cidades como Teerã e Tel Aviv. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que os ataques até agora são apenas o início da resposta do país. “O que eles sentiram até aqui não é nada comparado com o que receberão nos próximos dias”, afirmou. Seu ministro da Defesa, Israel Katz, também elevou o tom: “Se Khamenei continuar a disparar mísseis, Teerã vai queimar”.
Os bombardeios realizados por Israel nas últimas 48 horas miraram instalações militares, sistemas de defesa aérea e infraestruturas críticas, como refinarias e centros de extração de gás natural. Entre os alvos mais sensíveis estavam as centrais nucleares de Natanz e Isfahan, severamente danificadas. Segundo as Forças de Defesa de Israel, nove cientistas do programa nuclear iraniano foram mortos em ataques de precisão. Do lado iraniano, a retaliação incluiu o lançamento de cerca de 250 mísseis balísticos e dezenas de drones contra alvos israelenses. Sirenes soaram durante toda a madrugada em cidades como Tel Aviv.
A morte de Ali Shamkhani, assessor direto do líder supremo Ali Khamenei, intensificou ainda mais o clima de tensão. Ele foi atingido durante o primeiro ataque israelense e estava internado em estado grave até sua morte ser confirmada neste sábado. Também morreram membros da Guarda Revolucionária Islâmica e outros altos oficiais. O governo iraniano afirmou que responderá com mais força se os ataques continuarem. O presidente Masoud Pezeshkian declarou que o país não retomará as negociações sobre seu programa nuclear enquanto “o regime sionista” mantiver os bombardeios.
A ameaça de Teerã se estende a países como Estados Unidos, Reino Unido e França, que apoiam Israel e têm auxiliado na interceptação de drones iranianos. A crise já provocou impactos geopolíticos e econômicos. Há temores de que o Irã feche o estreito de Hormuz — rota por onde passa cerca de um terço do petróleo mundial. A tensão elevou os preços da commodity no mercado internacional.
Líderes globais tentam intervir. O papa fez um apelo à “responsabilidade e razão”, e o presidente russo, Vladimir Putin, condenou os ataques israelenses durante uma conversa com Donald Trump. Apesar disso, a rodada de negociações sobre o programa nuclear iraniano marcada para domingo foi cancelada, indicando que a diplomacia está paralisada.
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O conflito, que começou com um ataque israelense em larga escala na madrugada de sexta-feira (13), representa uma mudança de foco em relação à guerra na Faixa de Gaza. Agora, o Irã — historicamente adversário de Israel — passou a ser o principal alvo da campanha militar do governo Netanyahu, que enfrenta críticas internas por sua gestão e vê na ofensiva uma tentativa de reposicionar sua liderança. A comunidade internacional acompanha com preocupação os próximos movimentos. Com os dois países armados, experientes e com alianças estratégicas relevantes, a possibilidade de uma escalada regional — ou até global — não está descartada.
*Com informações de Luca Bassani
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*Reportagem produzida com auxílio de IA
Fonte: Jovem Pan