A Polônia acionou nesta quarta-feira (10) o artigo 4 do tratado da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) após registrar ao menos 19 violações de seu espaço aéreo por drones ligados à Rússia durante ataques ao território ucraniano. O dispositivo prevê consultas entre os 32 países da aliança sempre que um membro se sentir ameaçado, mas não autoriza resposta militar imediata. Foi a sétima vez que o artigo é invocado desde a criação da Otan, em 1949. Em 2022, Varsóvia também havia recorrido ao dispositivo após um míssil atingir a Polônia e matar duas pessoas, em episódio inicialmente atribuído a Moscou.
Desta vez, caças da Otan — incluindo F-16 poloneses e F-35 holandeses — foram acionados e derrubaram drones que cruzaram a fronteira. Quatro aeroportos, entre eles os de Varsóvia, chegaram a ser fechados por segurança. Apesar da ação, não houve vítimas graves, mas casas e estruturas foram danificadas por destroços. O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, classificou o episódio como “provocação em grande escala” e afirmou que o país “nunca esteve tão perto de um conflito armado desde a Segunda Guerra Mundial”. Ele acrescentou que Varsóvia está preparada para “diversos cenários” caso haja novas violações.
Líderes europeus condenaram o incidente. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, chamou a violação de “sem precedentes” e prometeu defender “cada centímetro quadrado” do território da União Europeia. O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que o caso é “simplesmente inaceitável”, enquanto o premiê britânico, Keir Starmer, classificou a ação como “extremamente inconsequente”.
Já o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, disse que, “intencional ou não”, o episódio foi “irresponsável e perigoso” e cobrou que Moscou pare de desafiar o espaço aéreo da aliança. A Rússia negou responsabilidade e alegou que seus ataques miravam apenas alvos militares na Ucrânia. O Kremlin afirmou que os drones não teriam alcance para chegar à Polônia e acusou Varsóvia de apresentar “alegações infundadas”.
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Se os aliados concluírem que houve um ataque deliberado, o episódio pode escalar para o artigo 5 do tratado, que prevê a defesa coletiva e autoriza resposta militar conjunta. Esse passo, porém, não foi discutido na reunião emergencial desta quarta-feira.
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Publicado por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Fonte: Jovem Pan