A população da China diminuiu em 2024 pelo terceiro ano consecutivo, segundo dados divulgados pelo governo, que apontam para novos desafios demográficos na segunda nação mais populosa do mundo.
A população do país somou 1,408 bilhões de pessoas, no final de 2024, o que representa queda de 1,39 milhão, em relação ao mesmo período do ano anterior.
Os números anunciados pelo governo seguem as tendências mundiais, especialmente no Leste da Ásia, onde o Japão, a Coreia do Sul, Hong Kong e outros países e regiões viram as taxas de natalidade cair.
Há três anos, a China juntou-se ao Japão e à maior parte do leste europeu entre os países cuja população vem diminuindo.
As razões são, em muitos casos, semelhantes: o aumento do custo de vida está levando os jovens a adiar ou a desistir dos planos de casamento e nascimento de filhos, enquanto prosseguem metas ligadas a estudos superiores e carreiras.
Embora as pessoas estejam vivendo mais tempo, isso não é suficiente para acompanhar a taxa de novos nascimentos.
Países como a China, que permitem muito pouca imigração, estão especialmente em risco.
Os dados divulgados nesta sexta-feira, revelaram que o desequilíbrio entre os sexos é de 104,34 homens para cada 100 mulheres, embora grupos independentes considerem que a diferença é consideravelmente maior.
Mais preocupante para o governo foi a queda drástica da taxa de natalidade, com a população total da China caindo pela primeira vez em décadas em 2023. No mesmo ano, a Índia ultrapassou a China como a nação mais populosa do mundo.
O rápido envelhecimento da população, o declínio da mão de obra, a falta de mercados de consumo e a migração para o estrangeiro vem colocando o sistema sob pressão.
Enquanto as despesas com as forças armadas e com projetos de infraestruturas continuam aumentando, o já frágil sistema de segurança social da China registra um número crescente de chineses se recusando a pagar o sistema de pensões, que está subfinanciado.
Atualmente, 22% da população total chinesa, ou 310,3 milhões de pessoas, tem 60 anos ou mais. Prevê-se que, em 2035, este número ultrapasse os 30%, o que levanta a discussão sobre alterações à idade oficial de aposentadoria, que é uma das mais baixas do mundo.
Com menos alunos, algumas escolas e jardins de infância estão se transformando em centros de cuidados para pessoas idosas.