35.1 C
Arapiraca
Terça-feira, 29 Abril, 2025

Premiê Mark Carney vence as eleições legislativas no Canadá

O Partido Liberal venceu as eleições legislativas de segunda-feira (28) no Canadá, após uma campanha marcada pelas ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que levaram o primeiro-ministro Mark Carney a pedir nesta terça-feira à população que não esqueça a “traição” do país vizinho. O canal público CBC e a CTV News projetaram que os liberais formarão o próximo governo canadense e o líder conservador Pierre Poilievre reconheceu a derrota.

A guerra comercial de Trump e suas ameaças de anexar o Canadá, que ele repetiu no dia das eleições, provocaram indignação entre os canadenses e tornaram a questão de lidar com os Estados Unidos na prioridade do país. Carney, favorito nas pesquisas à frente de Pierre Poilievre, do Partido Conservador, ancorou sua campanha em um discurso contra Trump.

Em um discurso após a vitória, Carney classificou de “traição” as ações de Trump. “Vamos vencer esta guerra comercial”, declarou Carney a milhares de eleitores em Ottawa, onde fez um alerta sobre dias “desafiadores” devido às ações de Trump. “Já superamos o choque da traição americana, mas nunca devemos esquecer as lições”, acrescentou.

Poilievre reconheceu a derrota e prometeu trabalhar com os liberais para contrabalançar a guerra comercial de Trump. “Sempre colocaremos o Canadá em primeiro lugar”, declarou Poilievre a eleitores em Ottawa. “Os conservadores trabalharão com o primeiro-ministro e todos os partidos pelo objetivo comum de defender os interesses do Canadá e alcançar um novo acordo comercial que deixe as tarifas para trás”, expressou.

Vários líderes internacionais também mostraram disposição a unir forças com Carney. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou que está ansioso para “fortalecer” as relações entre os dois países, “aliados, parceiros e amigos mais próximos”. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também disse que deseja trabalhar com Ottawa para “promover o multilateralismo e defender o comércio livre e justo”.

Até mesmo a China, que manteve relações tensas com o Canadá nos últimos anos, expressou a vontade de “desenvolver as relações China-Canadá com base no respeito mútuo, igualdade e benefício mútuo”. O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, também celebrou a vitória de Mark Carney. Ele afirmou desejar que “novas oportunidades” se abram entre os dois países, que enfrentaram uma grave crise diplomática em novembro, depois que o Canadá acusou o ministro indiano do Interior de perseguir opositores sikhs em território canadense.

O peso de Trump

Trump entrou na campanha do país vizinho com suas declarações sobre a soberania do Canadá. “Escolham o homem que tem força e sabedoria para cortar seus impostos pela metade e aumentar seu poder militar”, escreveu em sua rede Truth Social. “Zero tarifas ou impostos se o Canadá se tornar o 51º estado dos Estados Unidos”, acrescentou.
Carney respondeu. “Este é o Canadá e nós decidimos o que acontece aqui”, publicou no X o político, de 60 anos, que nunca ocupou um cargo eletivo, mas que assumiu como primeiro-ministro há um mês para substituir Justin Trudeau. Em Ottawa, onde os liberais se reuniram para acompanhar os resultados, as primeiras projeções geraram aplausos e gritos entusiasmados.

Em 6 de janeiro, quando Trudeau anunciou sua renúncia, os liberais estavam mais de 20 pontos atrás dos conservadores na maioria das pesquisas, e Poilievre parecia o provável futuro premier. Nas semanas seguintes, Trump iniciou sua guerra comercial, enquanto falava repetidamente em integrar o Canadá aos Estados Unidos, e os prognósticos se reverteram.

Carney, que dirigiu os bancos centrais do Canadá e do Reino Unido, afirmou durante a campanha que sua experiência nos meios financeiros o tornava o candidato ideal para defender o Canadá da ofensiva tarifária de Trump. Por sua vez, Poilievre, de 45 anos, concentrou-se nos problemas domésticos que tornaram Trudeau impopular após uma década no poder, principalmente devido ao custo de vida elevado. No momento, a formação do Parlamento de 343 deputados, no qual a maioria absoluta é de 172 cadeiras, ainda não está definida. Os liberais conquistaram a maioria absoluta em 2015, mas governaram em minoria a partir de 2019.

*Com informações da AFP

Fonte: Jovem Pan

Últimas

Últimas notícias
Últimas notícias