A Rússia alertou o Ocidente nesta quinta-feira, 19, que a continuação de entrega de armas de longo alcance à Ucrânia não é um bom presságio para a segurança europeia. “É potencialmente muito perigoso, isso significaria que o conflito vai para um novo nível que, é claro, não é um bom presságio para a segurança europeia”, disse o porta-voz presidencial russo Dmitri Peskov. Essas declarações foram feitas depois que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticou a hesitação de Berlim em fornecer tanques ao seu país, na véspera de uma importante reunião de seus aliados na Alemanha para coordenar a ajuda militar a Kiev. “Há momentos em que você não deve duvidar ou se comparar. Alguém disse ‘eu dou tanques se outra pessoa também fizer’”, disse Zelensky, em um discurso por videoconferência à margem do Fórum de Davos.
O Reino Unido ignorou o alerta russo e anunciou que enviará 600 mísseis adicionais do tipo Brimstone para ajudar a Ucrânia a enfrentar a invasão russa, informou o ministro britânico da Defesa, Ben Wallace, na Estônia. “Hoje, posso anunciar que vamos enviar mais 600 mísseis Brimstone para o teatro de operações, o que vai ser extraordinariamente importante para ajudar a Ucrânia a dominar o campo de batalha”, disse o ministro Ben Wallace em visita à base militar de Tapa. Desde o início do conflito, os países ocidentais se recusaram a enviar mísseis de longo alcance para Kiev, temendo que isso desencadeasse uma escalada. A Rússia acusou os militares ucranianos de realizar ataques com drones na península anexada da Crimeia e contra alvos na Rússia, a centenas de quilômetros da fronteira ucraniana. A Rússia acredita que a entrega das armas à Ucrânia, permitirá que as tripas de Zelenksy ataquem o território russo – esse também é um receio ocidental, por isso alguns países estão resistentes a enviar armamentos mais pesados, por mais que a Ucrânia afirme que não vai usar os equipamentos para atacar, e sim para se defender.