A Rússia bombardeou massivamente a Ucrânia na madrugada deste domingo com mais de 800 drones, um novo recorde, e mais de uma dúzia de mísseis, que caíram inclusive em Kiev, onde pelo menos duas pessoas morreram e a sede do governo foi atacada pela primeira vez, de acordo com serviços de emergência e autoridades locais. Um dos principais alvos do ataque noturno russo foi a capital, embora a Rússia também tenha bombardeado Odessa (sul), Zaporizhzhya (sul), Kremenchuk (centro), Krivoy Rog (leste) e Dnipropetrovsk (leste).
Rússia ataca sede do governo pela primeira vez
Segundo disse a primeira-ministra ucraniana, Yulia Sviridenko, em sua conta no Facebook, “pela primeira vez” como resultado de um ataque russo, a sede do governo em Kiev foi danificada, principalmente o telhado e os andares superiores. Em fotos divulgadas pelo Serviço Estatal de Emergências da Ucrânia (DSNS), é possível ver um incêndio nos dois últimos andares e fumaça saindo das janelas quebradas.
“Pela primeira vez desde o início da guerra em grande escala, a Rússia danificou o prédio do governo da Ucrânia em Kiev. Só isso já representa uma grave escalada”, escreveu o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, na rede social X. Também foi “a primeira vez” que a Rússia lançou tantos drones contra a Ucrânia, lembrou Sybiha.
Novo recorde do drones
De acordo com o relatório final da Força Aérea da Ucrânia, a Rússia lançou um ataque combinado contra a Ucrânia com 810 drones suicidas do tipo Shahed e drones isca de vários tipos a partir do território russo e da península ucraniana ocupada da Crimeia, mais do que o recorde anterior de mais de 740 drones em julho. Sviridenko destacou em sua mensagem no Facebook que “restauraremos os edifícios, mas as vidas perdidas não podem ser recuperadas”.
De acordo com o último relatório do DSNS às 9h40 no horário local (3h40 de Brasília), “no total em Kiev, duas pessoas morreram, de acordo com as informações atualizadas, e outras 17 ficaram feridas como resultado do ataque russo”. Segundo o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, o distrito mais afetado pelo ataque à capital foi o de Sviatoshynskyi, onde um prédio residencial de nove andares sofreu grandes danos, com a destruição parcial de quatro andares e o início de um incêndio, que já foi extinto.
O DSNS disse que as duas pessoas morreram ali, incluindo um menor de idade, e oito pessoas ficaram feridas. Em outro prédio de apartamentos de 16 andares no mesmo bairro, fragmentos atingiram a construção e causaram um incêndio nos andares superiores. Também houve incêndios em outros dois edifícios residenciais de nove andares e perto de uma oficina de automóveis, bem como veículos em chamas em armazéns.
No distrito de Darnytskyi, em um prédio de quatro andares, houve um incêndio no terceiro e quarto andares, além da destruição parcial do terceiro andar. No ataque, a Rússia também usou nove mísseis de cruzeiro Iskander-K e quatro mísseis balísticos Iskander-M/KN-23. As defesas aéreas ucranianas conseguiram abater 747 drones e quatro mísseis de cruzeiro Iskander-K.
No entanto, foram registrados impactos de nove mísseis e 54 drones suicidas em 33 locais, além da queda de fragmentos de objetos derrubados em oito lugares.
Impacto em outras regiões
De acordo com o DSNS, em Odessa, três pessoas ficaram feridas no ataque e um prédio de vários andares foi danificado. Houve também um incêndio em um edifício de nove andares e um ginásio de esportes também foi afetado, assim como uma loja. Em Krivoy Rog e Dnipropetrovsk, o ataque com drones e mísseis feriu quatro pessoas no total e causou danos à infraestrutura, a um prédio administrativo, a uma empresa, a edifícios de vários andares, garagens e veículos. Em Kremenchuk, o prefeito, Vitali Maletsky, disse no Facebook que, devido ao ataque, parte da cidade está sem eletricidade.
Mais sanções
“O inimigo aterroriza e mata nosso povo em todo o país todos os dias. O mundo deve reagir a essa destruição não apenas com palavras, mas com ações. É necessário aumentar a pressão das sanções, especialmente contra o petróleo e o gás russos. Precisamos de novas restrições que atinjam a máquina militar do Kremlin”, enfatizou Sviridenko. “E o mais importante: a Ucrânia precisa de armas. Algo que detenha o terror e não permita que a Rússia tente assassinar ucranianos todos os dias”, acrescentou.
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Sybiha, que pediu “respostas contundentes” e mais defesa antiaérea dos parceiros ocidentais, ressaltou que “o maior cinismo é que esses ataques brutais ocorrem exatamente quando o presidente (dos Estados Unidos, Donald) Trump faz todo o possível para alcançar a paz”. “Mas em vez de corresponder a esses esforços e aceitar uma reunião de líderes, (o presidente russo, Vladimir) Putin rejeita a diplomacia e aumenta o terror”, lamentou.
*Com informações da EFE
Publicado por Fernando Dias
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Fonte: Jovem Pan