O Tribunal de Justiça Desportiva de Alagoas (TJD/AL) começou a julgar, na última segunda-feira(08/05), três clubes, dirigentes, atletas e membros de comissões técnicas que disputaram a Copa Alagoas, por suposto esquema de manipulação de resultados. As equipes são Desportivo Aliança, Miguelense e FF Sport.
A Primeira Comissão do TJD/AL iniciou o julgamento que envolve sete partidas da competição estadual e não tem previsão para terminar. Dos sete processos, sendo um para cada jogo, foi julgado até agora apenas um desses processos, segundo foi apurado pelo Ge-AL.
“Primeiro, a Federação Alagoana de Futebol mandou, através de relatórios elaborados por uma empresa especializada, indícios de irregularidades. O presidente do TJD recebeu as informações e submeteu para avaliação da procuradoria, a quem coube ofertar a denúncia”, revelou o Secretário do Tribunal de Justiça Desportiva, Osvaldo Júnior.
Osvaldo Júnior ainda acrescentou que, “uma vez denunciados, os citados foram intimidados para participar do julgamento, que começou na última segunda-feira, dia 08. Até agora, apenas um processo foi julgado, e o Miguelense foi absolvido. O julgamento vai seguir, provavelmente na próxima semana, com os outros processos”, concluiu.
JOGOS SOB SUSPEITA DE MANIPULAÇÃO NA COPA ALAGOAS
DATA | JOGO |
06/02/2023 | Desportivo Aliança 7 x 3 Miguelense |
15/02/2023 | Murici 7 x 0 FF Sport |
16/02/2023 | Cruzeiro/AL 4 x 0 Desportivo Aliança |
19/02/2023 | CSE 3 x 1 Desportivo Aliança |
19/02/2023 | Cruzeiro/AL 5 x 1 FF Sport |
01/03/2023 | Desportivo Aliança 2 x 3 Zumbi |
08/03/2023 | Desportivo Aliança 0 x 1 Murici |
O Miguelense se posicionou com sua advogada, Daniela Borçato, afirmando que “se existisse alguma situação de manipulação de resultado, iria colaborar para que os culpados fossem punidos, porém, este não é o caso, já que clube foi absolvido, tendo em vista que não existiu nenhuma prova que pudesse acusar a participação da equipe, comissão técnica e diretoria em qualquer ato de manipulação ou fraude”. Segundo ela, a denúncia apresentada ao TJD/AL foi pautada em um relatório da empresa Sportradar, mas o documento leva em consideração apenas algumas alterações nos padrões de apostas, ” não consegue verificar, por exemplo, o ambiente da partida, as condições físicas dos atletas, campo de jogo, dentre outros fatores” Entre esses fatores, a advogada citou horas de viagem até chegar ao local do jogo, logística e alimentação “que o site não analisa para o resultado daquele placar”.
O Aliança também se posicionou através da advogada Daniela Borçato, representante do clube. Ela disse o que espera do julgamento da equipe da cidade de Junqueiro. “Espero que o julgamento se repita, afinal, não existem provas de que houve qualquer situação de fraude ou manipulação nas partidas. Inclusive, o clube se coloca à disposição do TJD/AL e das autoridades para apuração de qualquer conduta a respeito”, afirmou a advogada.