A Polícia Civil de Alagoas confirmou, na manhã desta segunda-feira (21/08), que um inquérito policial foi instaurado para investigar o crime de vilipêndio ao cadáver de Carolaine Correia dos Santos, a “Kalica”, manicure que foi morta a tiros, por engano, na ultima terça-feira (15/08), no Centro da cidade de Penedo, na região do Baixo São Francisco.
De acordo com o delegado Rômulo Andrade, titular da Delegacia Regional de Penedo, uma mulher está sendo investigada por se passar por irmã da vítima e cortar os cabelos de Carolaine enquanto o corpo estava na funerária, antes de ser encaminhado para velório e sepultamento, para fazer um megahair.
Ainda de acordo com o delegado, o crime de vilipêndio de cadáver foi denunciado pela família da manicure após uma confusão durante o velório da vítima, no último dia 16/08. A mulher suspeita já foi identificada, mas teve o nome preservado pela Polícia Civil para não atrapalhar as investigações.
Segundo foi relatado na denúncia, depois da liberação do corpo pelo IML de Arapiraca, o cadáver foi encaminhado a uma funerária em Penedo para os preparativos do sepultamento. “Na funerária, uma mulher pediu aos funcionários para entrar e ela mesma arrumar o corpo da vítima, dizendo que era irmã de Carolaine. Assim, foi cedido o acesso”, relatou o chefe de operações da Delegacia Regional de Penedo, Welber Cardoso.
“Quando o pai da vítima chegou no local procurando saber sobre o corpo da filha, foi informado sobre a suposta irmã preparando o corpo. Imediatamente, o pai disse que a filha não tinha irmã. Neste momento, foi aquela correria na funerária e quando chegaram ao local onde estava o cadáver, essa mulher misteriosa não estava mais lá. Foi aí que observaram que a mulher havia cortado os cabelos de Carolaine”, continuou o chefe de operações.
Ainda de acordo com a denúncia, após fugir da funerária, a mulher teria aguardado o início da cerimônia de velório, na casa da família da manicure, e ido ao local com os cabelos da vítima nas mãos. “No velório, a mulher se apresentou com uma coroa de flores e com o cabelo da vítima nas mãos. Uma das versões diz que ela teria dito para a família que se ninguém quisesse o cabelo, ela iria colocar um megahair no cabelo dela. A outra versão foi de que ela deu o cabelo da vítima para a mãe, para eles não se esquecerem de Carolaine. Houve uma represália da família da Carolaine contra essa mulher, inclusive ela teria sido agredida fisicamente. O cabelo foi colocado ao lado do caixão, quando foi enterrado”, frisou Welber Cardoso.
Segundo o delegado Rômulo Andrade, a mulher suspeita do vilipêndio de cadáver também será investigada pelo crime de falsidade ideológica. “A polícia agora vai colher o depoimento das pessoas presentes no velório, como também vai ouvir os representantes da funerária responsável pelo corpo de Carolaine antes do sepultamento”, afirmou.
O vilipêndio de cadáveres é considerado crime contra o respeito aos mortos, previsto no artigo 212 do Código Penal Brasileiro. A pena prevista é de um a três anos de detenção e multa.
Delegado Rômulo Andrade, titular da Delegacia Regional de Penedo, fala sobre o caso, acompanhe:
Vídeo: Ascom PC/AL
