Em um vídeo que circula nas redes sociais, gravado no ato da prisão, realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), no início da noite desta quarta-feira (30/11), em Sorriso, no Mato Grosso, Ronney Janiel Ferreira Souza, 35, afirmou que recebeu 1.000,00 (um mil reais) para ajudar no assassinato do pecuarista Djalma Vieira de Araújo, 64, ocorrido no dia 13 de novembro.
Apesar de ser apontado como o principal suspeito da autoria do crime – segundo as investigações da polícia, Rony devia 15.000,00 (quinze mil reais) ao pecuarista – o acusado disse, ao ser preso, que o amigo, Davi da Silva Gomes, 26, é quem é o autor do crime. Segundo Rony, Davi pegou dinheiro com Djalma, e por não poder pagar resolveu matar o pecuarista.
Barra de fero
Apesar de negar a participação direa no crime, Rony contou detalhes de como se deu, segundo ele, a execução do fazendeiro.
No vídeo, o acusado afirma que a vítima foi assassinada em uma residência, mas não especifica qual. Para tirar a vida de Djalma, segundo Rony, Davi utilizou uma barra de ferro, o atingindo na cabeça.
“Ele entrou (Djalma), passou pelo portão, aí quando ele (Djalma) virou as costas, ele (Davi) bateu, e ele (Djalma) caiu, e ele (Davi) continuou dando golpe”, afirmou Rony.
O acusado ainda disse que Davi conseguiu um carro e levou o corpo para um lugar longe que, segundo Rony, ele não sabe onde é porque quem conhece a cidade é o Davi. A participação de uma terceira pessoa, uma mulher, conforme apontado nas investigações, não foi negada pelo acusado. No entanto, Rony não revelou de quem se trata.
Principal Suspeito
Apesar de acusar Davi da Silva Gomes de ser a pessoa que devia dinheiro para o pecuarista, as investigações da polícia apontam o contrário. O dono do veículo, segundo as investigações, confirmou que foi Rony quem solicitou o carro.
Além disso, o desentendimento, ocorrido dias antes do crime, se deu entre Djalma e Rony. A briga teria sido motivada porque Djalma procurou uma tia de Rony para que esta intercedesse pelo pagamento do dinheiro, excluindo, inclusive, os juros aplicados pelo empréstimo.
A ação de Djalma teria exposto Rony, o deixando chateado, e seria o estopim que o levaria a premeditar o assassinato do pecuarista. Ainda conformas as investigações, essa não seria a primeira vez que Djalma teria emprestado dinheiro para Rony. Conforme indicam as apurações, Davi não devia ao pecuarista, nem teria pego dinheiro emprestado com a vítima.
“Suposta Nota” da família de Davi
Uma suposta nota atribuída a família de Davi da Silva Gomes, que circula nas redes sociais, afirma que Davi não participou da morte do pecuarista, e sugere que o jovem teria se envolvido no ocorrido por estar na hora errada e lugar errada e ter visto o que não queria ver.
Na suposta nota, a família afirmaria que Davi foi ameaçado por Rony e que, quem conhece o jovem, sabe que ele é um homem de bem. O texto inicia negando que Davi estivesse passando por qualquer dificuldade financeira e que não aceitou dinheiro para participar do ilícito.
A suposta nota da família também ataca os veículos de informação ao dizer “pedimos que parem de divulgar informações erradas”.
O envolvimento de Davi
A informação de que Davi seria um dos comparsas de Rony foi divulgada pela Polícia Civil. Inclusive, depois de ser preso, ele teria resolvido colaborar com as investigações; Davi confirmou participação no crime, acusou Rony de ser o responsável pelo assassinato e indicou o local onde o corpo foi desovado.
Após apreender o veículo que teria sido usado no crime, o delegado Paulo Cerqueira notificou Rony. Apontado como principal suspeito, no depoimento, Rony negou que fosse responsável pelo desaparecimento do pecuarista.
Como as suspeitas apontavam para Rony desde o desaparecimento de Djalma, a despeito da sua liberação, o delegado responsável pelo caso solicitou o monitoramento dele. Rony viajou para a cidade de Sorriso, no Mato Grosso, dias depois de ser ouvido pela polícia.
Com o andamento das investigações a polícia chegou até Davi. Os fortes indícios do envolvimento do jovem resultaram na sua prisão, ocorrida na última quarta-feira (30/11). Depois da detenção do suspeito de participação no crime, a equipe do delegado Paulo Cerqueira conseguiu descobrir o local da desova do corpo, a partir da colaboração de Davi, possibilitando a base legal para a o pedido de prisão de Rony, apontado desde o início como o principal responsável pelo crime.
Reprodução: NN Play