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Quarta-feira, 26 Março, 2025

Zelensky se opõe a ‘enfraquecimento’ das sanções contra a Rússia, mas afirma que acordo dos EUA é um ‘passo certo’

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se opôs, nesta terça-feira (25), a qualquer “enfraquecimento” das sanções internacionais contra a Rússia, depois que os Estados Unidos anunciaram que facilitariam as exportações russas agrícolas e de fertilizantes para o mercado mundial. “Acreditamos que isso é um enfraquecimento da posição e um enfraquecimento das sanções”, disse Zelensky durante uma entrevista coletiva, reagindo à proposta de Washington. Essa possibilidade não estava “na nossa agenda; o lado americano a mencionou” durante as negociações realizadas na Arábia Saudita sobre a guerra na Ucrânia, acrescentou o líder ucraniano. Essa desavença acontece após Ucrânia e Estados Unidos concordam que países “terceiros”, como a Turquia, poderiam supervisionar os aspectos de uma futura trégua entre Rússia e Ucrânia, e Zelensky afirmas que o acordo impulsionado pelos Estados Unidos para acabar com os ataques militares com a Rússia no Mar Negro e contra as infraestruturas energéticas é um passo na direção certa.

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“É muito cedo para dizer se vai funcionar, mas essas foram as reuniões certas, as decisões certas, e [constituem] o passo certo. Ninguém pode acusar a Ucrânia de não avançar em direção à paz sustentável depois disso”, disse Zelensky em uma coletiva de imprensa em Kiev. Nesta terça,  os EUA anunciaram que Rússia e Ucrânia concordaram em evitar os ataques no Mar Negro, e que os países concordaram em “garantir a segurança da navegação, eliminar o uso da força e prevenir o uso de navios comerciais para fins militares no Mar Negro”, informou a Casa Branca em duas declarações separadas que detalham as conversações dos últimos dias com ucranianos e russos na Arábia Saudita.
Os Estados Unidos comprometeram-se, no que diz respeito à Ucrânia, a “apoiar os esforços para a troca de prisioneiros, a libertação de civis e o retorno das crianças ucranianas deslocadas à força”. Já a Rússia, alvo de inúmeras sanções, pode contar com o apoio da Casa Branca para “restaurar o acesso” ao mercado “mundial de exportações de produtos agrícolas e fertilizantes, reduzir os custos dos seguros marítimos e melhorar o acesso aos portos e aos sistemas de pagamento para estas transações”. Moscou condicionou o acordo do Mar Negro à flexibilização das restrições às suas exportações agrícolas. Apesar deste pequeno sinal verde, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenky, afirmou que “é muito cedo para dizer que (o acordo) funcionará”, mas destacou que é “um passo certo”.
Um dos negociadores russos, o senador Grigori Karasin, afirmou que o diálogo com os americanos na segunda-feira foi “intenso, nada fácil, mas muito útil”. “Claro que estamos longe de resolver tudo, de concordar em todos os pontos, mas parece que este tipo de discussão é muito oportuna”, afirmou Karasin, que representou Moscou junto com Serguei Beseda, um oficial da Inteligência russa. De julho de 2022 a julho de 2023, um acordo permitiu a Ucrânia exportar cereais apesar da presença da frota russa na região. Moscou se retirou do acordo após um ano, depois de acusar as potências ocidentais de não cumprirem seus compromissos de flexibilizar as sanções às exportações russas de produtos agrícolas e fertilizantes.
Trump conseguiu, por meio da pressão, que Kiev aceitasse um cessar-fogo incondicional de 30 dias. No entanto, Vladimir Putin, embora tenha tomado cuidado para não desconsiderar o líder americano, enumerou uma série de exigências e disse que via uma trégua limitada aos ataques contra infraestruturas energéticas. Trump, que repetiu muitas das falsidades do Kremlin sobre a Ucrânia, demonstrou até agora tolerância com a Rússia, embora nas últimas semanas tenha levantado a possibilidade de impor novas sanções. Vladimir Putin, cujo Exército avança no terreno, não parece ter pressa em concluir um acordo, enquanto seus soldados não expulsarem as tropas ucranianas da região fronteiriça russa de Kursk. Russos e ucranianos se acusam mutuamente de prosseguir com os ataques. Na segunda-feira, um ataque russo feriu 101 pessoas, entre elas 23 crianças, em Sumy, no nordeste da Ucrânia, segundo as autoridades locais. Por sua vez, o Exército russo anunciou que havia tomado duas localidades.

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*Com informações da AFP
Publicado por Sarah Paula
 

Fonte: Jovem Pan

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