O repúdio e o boicote à página Choquei está surtindo efeito. O perfil de fofocas perdeu mais de um milhão seguidores, de acordo com dados da Social Blade, empresa de rastreamento e análises de mídias sociais.
A rejeição ao perfil se deve à morte da jovem de 22 anos Jéssica Vitória Dias Canedo, que tirou a própria vida após ser alvo de uma notícia falsa compartilhada pela página. Jéssica morreu na última sexta-feira (22/12), e o caso foi o assunto mais comentado neste fim de semana.
Internautas, políticos e personalidades engajaram uma onda de boicote à página, criada e administrada por Raphael Souza, que restringiu seu perfil pessoal diante da polêmica.
De acordo com a última atualização da Social Blade, a Choquei perdeu 889 mil seguidores no Instagram. Somado com o número de baixas no X (antigo Twitter), o total ultrpassa 1,1 milhão.
Na noite de sábado (23/12), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) iniciou uma campanha com a #paredeseguirachoquei. Com a influência do parlamentar, em apenas dez minutos, a página já tinha perdido cerca de 100 mil seguidores. “Não tem como ainda ter tanta gente seguindo a choquei. Parem de seguir e vamos acompanhando os números caindo”, incentivou o parlamentar.
O perfil chegou a publicar uma nota assinado pelo jurídico se isento da responsabilidade pela morte da jovem.
“Em relação aos eventos que circulam nas redes sociais e foram associados a um trágico evento envolvendo a jovem Jéssica Vitória Canedo, queremos ressaltar que todas as publicações foram feitas com base em dados disponíveis no momento e em estrito cumprimento das atividades habituais decorrentes do exercício do direito à informação”, diz trecho do comunicado.
O Caso
A jovem Jéssica Vitória Canedo, de 22 anos, que foi vítima de uma notícia falsa compartilhada por perfis de fofoca, morreu nesta sexta-feira (22/12). A informação sobre o falecimento foi confirmada pelo perfil da mãe de Jéssica, Inês Oliveira. O caso gerou revolta nas redes sociais contra as páginas que publicaram a fake news.
O ocorrido em questão envolveu a divulgação de uma suposta conversa no Instagram na qual Jéssica e o humorista Whindersson Nunes estariam flertando. A jovem, no entanto, dizia ser vítima de notícia falsa e afirmava que as montagens estavam sendo feitas para prejudicá-la. Ela chegou a dizer que estaria sofrendo ataques em razão do ocorrido e fez um desabafo pedindo o fim das críticas nas redes sociais.
“Isso já passou do limite”, escreveu Jéssica, que sofria de depressão.
Após a notícia da morte, o escritório responsável pelo gerenciamento de Whindersson Nunes, lamentou e citou “a dimensão catastrófica de uma história inventada a partir de uma fake news”.
Whindersson Nunes foi surpreendido com a triste notícia do falecimento da jovem Jéssica. Perplexo com o desencadeamento desse novo massacre público proporcionado pelo uso negativo das redes sociais, o artista lamenta: “Estou extremamente triste. Voltei ao dia em que perdi meu filho. Que ninguém passe pela dor de enterrar um filho”, disse o comunicado.
Denuncie
No Brasil, o Centro de Valorização da Vida é uma das instituições que dão apoio emocional e trabalham para prevenir o suicídio. Para pedir ajuda, ligue para o número 188 ou acesse o site.
