Os três homens acusados de matar o sargento da reserva da Polícia Militar, Vanísio Santana de Araújo, em um posto de combustíveis em Arapiraca, foram condenados pelo Júri Popular, realizado nesta terça-feira (03/10), no Fórum da 8ª Vara Criminal da capital do Agreste. O julgamento, conduzido pelo juiz Helestron Costa, começou por volta das 9h40 e durou quase 10 horas.
O réu Maciel Araújo de Oliveira, de 36 anos, confessou ter sido o autor dos disparos contra o PM, mas negou intenção de matar a vítima.
Lucas Oliveira dos Santos, de 27 anos, disse não lembrar como a briga começou. Afirmou que durante a confusão tirou a arma da mão do PM e a entregou a Maciel. A intenção, segundo ele, era apenas desarmar o policial.
Já Weverton Henrique da Silva Oliveira, de 24 anos, ouvido por videoconferência, confirmou ter dado socos e chutes na vítima, mesmo ela já estando desacordada. O acusado, no entanto, disse ter agido em legítima defesa.
Na decisão do júri, os acusados Weverton Henrique da Silva Oliveira e Maciel Araújo de Oliveira foram condenados a 23 anos e três meses de reclusão, por homicídio.
No que se refere ao terceiro réu, Lucas Oliveira dos Santos, também acusado de homicídio, ocorreu a desclassificação para o crime de lesão corporal seguida de morte. Por conta disso, ele foi condenado a oito anos e oito meses de reclusão. O promotor de Justiça Izelman Inácio, que atuou no caso, já adiantou que o Ministério Público vai recorrer pois as ações de Lucas resultaram na morte de Vanísio.
“A atuação do réu Lucas foi decisiva para o crime, tendo em vista que ele tomou a arma da vítima e a entregou ao acusado Maciel, que efetuou os disparos. Lucas poderia ter dado outro destino à arma, mas não o fez. Por esse motivo, o Ministério Público de Alagoas irá recorrer da desclassificação do crime de homicídio”, informou o promotor de Justiça.
Relembre o caso
No dia 28 de janeiro de 2021, Weverton Henrique da Silva Oliveira, Lucas Oliveira dos Santos, Maciel Araujo Oliveira e João Victor Cristóvão dos Santos, que era adolescente à época, se dirigiram com um Ford Ka a um posto de combustíveis localizado no bairro Nova Esperança em Arapiraca, após saírem de um bar onde haviam consumido bebidas alcoólicas.
Enquanto o carro deles estava sendo abastecido, Weverton começou a desferir pancadas na parte de trás de um ônibus que estava no local. O motorista do veículo saiu para ver o que estava acontecendo, mas como Weverton começou a falar de forma exaltada, o motorista decidiu retornar para dentro do ônibus, fechando o veículo.
Os quatro homens encostaram o Ford Ka ao lado do ônibus e perguntaram pelo motorista. Nesse momento, o policial Vanísio, sargento da reserva da PM de Alagoas, que era passageiro do ônibus, se dirigiu aos degraus portando arma de fogo, com o intuito de cessar as agressões verbais e ameaças, pediu a eles que parassem com a discussão e se acalmassem. Weverton puxou a vítima para fora do veículo e, juntamente com Maciel e Lucas, deu início às agressões contra o sargento, que desmaiou.
Nesse momento, Lucas conseguiu tomar a arma de Vanísio, entregando-a a Weverton. Após sofrer uma série de agressões, a vítima foi atingida por vários tiros disparados por Maciel. João Victor deu fuga aos réus, dirigindo até a cidade de Girau do Ponciano. O adolescente permaneceu no local, enquanto os outros três fugiram para a Bahia, sendo presos na cidade do Conde.
