O Juizado da Mulher de Arapiraca está promovendo a Semana da Justiça pela Paz em Casa, com a realização de audiências e ações sociais. Durante cada semana, 30 processos envolvendo violência doméstica estão sendo julgados em parceria com o Conselho Nacional de Justiça e o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL). A reportagem da NN FM conversou com a juíza titular do Juizado da Mulher de Arapiraca, doutora Clarissa Oliveira, sobre essa ação.
De acordo com a juíza Clarissa Oliveira, a Semana da Justiça pela Paz em Casa acontece durante três meses e tem como objetivo primordial acelerar os processos que apuram casos de violência doméstica, mas vai além disso. “São realizados eventos, palestras e serviços com o objetivo de difundir e informar as mulheres quais são os tipos de violência, como reconhecer essa violência e quais instrumentos estão à disposição das vítimas para que esse ciclo de violência se feche. A violência pode começar de forma sutil, são palavras grosseiras, ameaças, o que se caracteriza como violência psicológica, que depois pode se transformar em violência física e até o feminicídio”, ressalta a juíza.
Segunda ela, o Brasil é o 5º país do mundo em violência contra mulher. “Aqui, uma mulher é morta a cada 6 horas. É isso que a gente precisa combater, não só a violência mais grave, como o crime sexual e feminicídio, mas também todo tipo de violência doméstica”, aponta a juíza Clarissa Oliveira.
A reportagem também conversou com a advogada Verônica Vieira Nascimento, que atua no Juizado da Mulher em Arapiraca. Ela lida diretamente com as mulheres vítimas de violência que procuram o juizado. Segundo a advogada, quando essas mulheres chegam para pedir ajuda, elas estão extremamente vulneráveis, fragilizadas pelas agressões físicas ou pela violência psicológica.
“São mulheres sofridas, é difícil para elas acreditarem que aquele homem, que a princípio tinha um comportamento amoroso, se transformou em um agressor, por isso, muitas desistem das ações e até voltam para o parceiro agressor. A violência psicológica também é muito frequente, ela é mais difícil de ser notada pela vítima e muitas vítimas dizem que certas coisas que são ditas machucam mais do que um tapa”, enfatiza a advogada Verônica Vieira.
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Reprodução: NN Play