Time vê números caírem sem Pedro e tenta reorganizar ataque em momento chave do ano

O Flamengo terá pela frente as semanas consideradas internamente como as mais importantes da temporada. Os confrontos com Botafogo, na quarta-feira, Palmeiras, no domingo, pelo Brasileirão, e Racing, nos dias 22 e 29, na semifinal da Libertadores, são vistos como fundamentais para as pretensões de 2025.

Filipe Luís teve o período de paralisação pela Data Fifa para tentar reorganizar o setor ofensivo, que vem sofrendo nos últimos jogos e tenta reencontrar a boa fase.

Com 108 gols marcados no ano, o ataque rubro-negro acabou perdendo o rumo no recorte das últimas cinco partidas. O Flamengo levou mais gols do que marcou neste período que venceu apenas uma partida, empatou duas e perdeu outras duas. Foram quatro gols sofridos e apenas três feitos.

O Rubro-Negro passa por uma oscilação neste momento. Até o empate com o Vasco - quando o time não conseguiu mais emplacar uma sequência positiva - o retrospecto era de oito vitórias em nove jogos. Houve apenas o empate com o Grêmio no período.

Um fator que evidencia as questões ofensivas é o fato de que Filipe Luís utilizou diferentes formações no setor. Nos últimos 11 jogos, o treinador repetiu o ataque em apenas quatro partidas: Plata, Pedro e Samuel Lino. O ponta-esquerda é o único que pode ser considerado titular absoluto: apareceu em 10 das 11 partidas.

Apesar de estar na formação de ataque mais utilizada recentemente, ainda não é possível dizer que Pedro conquistou o status de titular com Filipe Luís. O camisa 9 frequentemente disputa posição com Bruno Henrique e Plata. Ambos jogaram improvisados como centroavantes no período - como aconteceu recente contra Cruzeiro e Corinthians. Em São Paulo, Pedro sequer foi acionado.

Com e sem Pedro

Nos últimos cinco jogos, o Flamengo venceu apenas um e passou em branco ofensivamente em três deles. Nessa sequência, Pedro foi reserva três vezes. Nas duas partidas que foi titular, foi substituído aos 15 minutos do primeiro tempo contra o Bahia após a expulsão de Danilo e saiu aos 10 da segunda etapa contra o Estudiantes, na Argentina.

Nas seis partidas anteriores a essas, Pedro foi titular cinco vezes. Quando iniciou na reserva, contra o Internacional, pela Libertadores, entrou na reta final e balançou a rede. Nesse período, ele marcou sete gols e deu duas assistências. O Flamengo teve cinco vitórias e um empate.

Após o empate contra o Cruzeiro, quando o camisa 9 jogou por oito minutos, Filipe Luís foi questionado sobre a motivação para jogar sem um centroavante de ofício. O treinador disse que escalou pensando nas características do adversário.

— Tudo vai em função do nosso plano de jogo, das características que eu acredito que a equipe precisa para vencer o jogo. Independente dos números, já falei isso, dos nomes, idade, isso não importa. Sempre é a opção que eu acredito, eu como treinador, que a equipe precisa e qual o caminho para vencer a partida. Nem sempre vou acertar, às vezes eu acerto, às vezes erro, é normal do meu trabalho, mas sempre com as mesmas convicções - explicou o treinador em coletiva.

Em julho, o treinador cobrou Pedro após uma sequência ruim de treinamentos e criticou a postura do jogador. Filipe afirmou que o Flamengo não poderia ir ao mercado buscar um atacante com a qualidade do camisa 9 e que esperava que ele se tornasse a solução. Quando isso acontecesse, seria titular. Não é mistério, porém, que o Rubro-Negro buscou na janela um atleta para o setor com características diferentes.

— Eu não posso ir ao mercado para buscar um jogador que faça 30 gols que nem ele. Ele está aqui com a gente, ele não deveria ser o problema, ele deveria ser a solução. Mas quando ele quiser, pedir desculpas para os companheiros e voltar a treinar, com certeza não ser um problema, ele vai ser titular. Não precisa me dar abraço, me dar a mão, me dar bom dia. Precisa ser profissional e resolver no campo. Tenho certeza que quando ele fizer isso aí, eu vou estar esperando o abraço. Mas se ele não quiser me dar, não tem problema nenhum. Eu quero ganhar. Se o Pedro quiser comigo, vamos juntos. Se ele não quiser, outros vão querer — afirmou na época.