Polícia intensifica investigação sobre dentista que teria aplicado substância desconhecida nos glúteos de mulheres em Arapiraca

Até o momento cinco vítimas estão internadas no hospital do município

Por Redação NN1 09 de Outubro de 2025 às 15:50
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Polícia intensifica investigação sobre dentista que teria aplicado substância desconhecida nos glúteos de mulheres em Arapiraca
Imagem: Delegado Matheus Henrique, da Polícia Civil de Alagoas
O delegado Matheus Henrique, da Polícia Civil de Alagoas, confirmou que mais duas mulheres procuraram a Delegacia Regional de Arapiraca, no Agreste alagoano, para denunciarem que também teriam sido vítimas da aplicação de uma substância nos glúteos, que teria causado casos de necrose. A substancia teria sido aplicada por uma dentista em Arapiraca. 
 
Até o momento, cinco pacientes que se submeteram a harmonização de glúteos com a mesma profissional, estão internadas em hospitais de Arapiraca. Ainda segundo o delegado, algumas das vítimas precisaram passar por cirurgias para a retirada do material aplicado nos glúteos. Informalmente, algumas das pacientes relataram que não sabiam que estavam recebendo silicone industrial. Os procedimentos aconteceram nas residências das mulheres, sem nenhum aparato tecnológico ou de higiene. O delegado não descarta que mais pessoas em Arapiraca e municípios na região estejam enfrentando o mesmo problema.
 
Parte da substancia injetada, conforme a autoridade policial, será submetido à perícia química forense para identificar sua composição. O delegado reformou que ainda existe dúvidas se o produto era vaselina ou silicone industrial. 

A dentista citada pelas vítimas ainda não foi ouvida pela polícia e não é considerada foragida. Após os casos ganharem repercussão, a diretoria do Conselho Regional de odontologia de Alagoas (CRO/AL) determinou a suspensão cautelar das atividades da profissional por 30 dias e abriu processo ético-disciplinar. 
 
Em nota, o CRO/AL informou que a atuação da dentista violou a Resolução CFO-267/2021, que proíbe procedimentos corporais invasivos fora dos limites da odontologia.
 
Para o delegado Edberg Oliveira, da Regional de Arapiraca, se as investigações concluírem que a dentista tinha conhecimento do que estava praticando, ela irá responder por exercício ilegal da Medicina, além de lesão corporal de natureza gravíssima, tendo em vista as lesões causadas às vítimas.