O Campeonato Brasileiro de 2025 está no caminho para figurar entre as maiores edições da história em presença de público, superando médias de temporadas anteriores no formato de pontos corridos. Até aqui, a Série A levou 6,8 milhões de torcedores aos estádios, com uma média de 26.211 pessoas por partida. A arrecadação já ultrapassa os R$ 318 milhões em bilheteria, com renda média superior a R$ 1,2 milhão por jogo.
Dos vinte times da elite do Brasileirão, o Flamengo foi quem mais levou torcedores até o momento, com mais de 844 mil rubro-negros em quatorze partidas realizadas. O jogo contra o Cruzeiro, válido pela 26ª rodada, contou 72,5 mil pessoas presentes, recorde de público do novo Maracanã em uma partida entre clubes. Para se ter uma ideia, o Bragantino levou 65 mil torcedores durante toda a competição, número inferior ao público entre cariocas e mineiros.
“É nítida a evolução do futebol brasileiro nos últimos anos, assim como o amadurecimento das competições nacionais como um produto de entretenimento. A profissionalização dos clubes, a chegada de mais patrocinadores e a implementação de novas tecnologias ajudaram nesse processo, tornando as ações mais assertivas e transformando as partidas em um espetáculo mais atrativo”, afirma Sara Carsalade, co-founder e responsável pela vertical de esportes da Somos Young, empresa que atende clubes como Cruzeiro, Vasco, Sport e Vitória.
Do montante arrecadado até o momento, o Trio de Ferro é responsável por R$89 mi apenas com a venda de ingressos. Dos grandes da capital paulista, o maior tíquete médio é do Corinthians, com R$70,45. Nos últimos anos, para além dos espaços convencionais, São Paulo, Palmeiras e Corinthians também passaram a investir restaurantes, camarotes temáticos e até barbearias dentro dos estádios.
“Essas ativações são inspiradas no mercado norteamericano. Hoje, em São Paulo, o torcedor pode acompanhar o jogo em um espaço privilegiado recheado de ativações voltadas para o entretenimento, como jogos eletrônicos, barbearia, espaços infantis, além de comida e bebida embarcadas no preço do ingresso”, comenta Léo Rizzo, CEO da Soccer Hospitality, empresa que conta com camarotes no MorumBis, Allianz Parque, Neo Química Arena e outros seis estádios espalhados pelo Brasil.
Em 2025, o Santos levou mais de 100 mil pessoas nos três jogos que fez como mandante em São Paulo, pelo Campeonato Brasileiro. Foram 35.240 presentes na partida contra o Ceará, no Allianz Parque, e mais de 37 mil contra o Juventude e 54.474 pagantes diante do Vasco, ambos no MorumBis. Em termos de renda bruta e líquida, o Peixe é o oitavo clube do Brasileirão que mais faturou com bilheteria. Impulsionado pelos jogos na capital, o clube arrecadou aproximadamente 16 milhões com venda de ingressos.
A média de público na Série A é de 21.588 torcedores por jogo. No recorte da Vila Belmiro, a média é de 11.088, o que representa mais de 80% da taxa de ocupação do estádio. “Jogar mais vezes em São Paulo foi uma promessa da diretoria. O nosso objetivo é atender os sócios e torcedores que moram na capital e, ao mesmo tempo, fortalecer a saúde financeira do clube. É uma medida estratégica e que impacta diretamente nas receitas do Santos”, afirma o presidente Marcelo Teixeira
Na temporada passada, o Santos já havia adotado a mesma estratégia ao mandar jogos no MorumBis e na Neo Química Arena, pelo Campeonato Paulista. Na Série B, o clube também atuou como mandante em Londrina, no interior do Paraná, contra o Botafogo-SP.
Nesta temporada, outro destaque foi a obrigatoriedade do reconhecimento facial para entrar nas arenas esportivas com capacidade superior a 20 mil torcedores, e que passou a ser implementado depois da realização da Copa do Mundo de Clubes. Em um recorte depois da aplicação da nova lei, a média do torneio é ainda maior, com 26.487 torcedores por jogo, afastando a tese de que o mecanismo de segurança diminuiria a presença de torcedores nos jogos.
“A tecnologia de reconhecimento facial tem contribuído para a modernização dos times nacionais. Esse sistema inovador possibilita que os apoiadores consigam acessar as arquibancadas com mais agilidade e conforto. É possível utilizar a identificação facial, dispensando o transporte de dispositivos físicos ou cartões, e a verificação é concluída em menos de um segundo”, destaca Tironi Paz Ortiz, CEO da Imply, empresa de controle de acessos que está presente com reconhecimento facial em seis estádios da Série A.