Justiça decreta prisão preventiva de médica que matou ex-esposo, em Arapiraca

Com a decisão judicial, Nadia Tamyres será levada ao Presídio Feminino Santa Luzia

Por Redação NN1 17 de Novembro de 2025 às 19:53
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Justiça decreta prisão preventiva de médica que matou ex-esposo, em Arapiraca
Imagem: Defesa de Nadia Tamyres alega legítima defesa - Foto: Reprodução
Uma tragédia anunciada chocou a cidade de Arapiraca e região da tarde de ontem, domingo 16). A aparente tranquilidade do Sítio Capim, na zona rural do município, foi interrompida por tiros. Uma médica atirou e matou um médico, ex-esposo dela, identificado como Alan Carlos de Lima Cavalcante, de 41 anos. A médica, identificada como Nadia Tamyres, de 38 anos, foi presa logo depois, quando estava a caminho de Maceió. 

Nesta segunda-feira (17), a Justiça de Alagoas decidiu manter a prisão da acusada. A prisão preventiva foi decretada durante a audiência de custódia realizada no Fórum Jairon Maia Fernandes, em Maceió.

A defesa da suspeita afirmou que ela teria disparado para proteger a própria vida e a da filha, alegando que acreditou estar sendo alvo de uma emboscada. Segundo os advogados, a médica possuía porte de arma regularizado, utilizado como medida de segurança porque ela mora na zona rural. 

Em depoimento, Nadia Tamyres contou que a situação teve início há cerca de um ano e meio, quando ela denunciou o ex-esposo por abuso sexual de vulnerável contra a filha do casal. Ela relatou que, após perceber mudanças no comportamento da menina, que hoje tem apenas três anos, conversou com a escola, que também notou que a menina estava passando por alguma situação adversa em casa. Ela também conversou com funcionários de sua residência, que também perceberam comportamento suspeito. Ele contou que também conversou com a filha, que disse à mãe que seu pai tinha coloca o dedo em suas partes íntimas e tinha doido e por isso ela estava triste. A menina relatou o abuso usando a linguagem infantil. 

Ainda em depoimento, a médica contou que denunciou o ex-esposo. A menina passou por exames que comprovaram o estupro e foi ouvida por uma psicóloga. Após investigação, a Polícia Civil indiciou o médico por estupro de vulnerável contra a própria filha e enviou o inquérito para Justiça. Mas, segundo a médica Nadia Tamyres, nada aconteceu, ele continuou impune e passou a ameaçá-la, dizendo que se ele fosse preso, um primo dele, que é ex-presidiário, mataria ela. Diante das ameaças, Nadia denunciou o conseguiu medidas protetivas contra o ex-esposo e o primo dele ex-presidiário. Mas não adiantou, segundo ela, o ex-presidiário foi visto nas imediações da casa dela e o ex-esposo estava na esquina da casa de Nadia quando aconteceu a tragédia. A médica disse, em depoimento, que matou o ex-esposo por medo, para se defender e e defender a filha. 

A audiência de custódia foi conduzida pela juíza Bruna Saback, da 15ª Vara Criminal. Com a decisão judicial, a médica será levada ao Presídio Feminino Santa Luzia.