Moraes dá 5 dias para defesa de Fernando Collor explicar tornozeleira eletrônica desligada e alerta sobre possibilidade de prisão

Condenado por corrupção, ex-presidente está preso em regime domiciliar e precisa ser monitorado eletronicamente

Por Márcio Falcão, TV Globo 18 de Outubro de 2025 às 05:56
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 Moraes dá 5 dias para defesa de Fernando Collor explicar tornozeleira eletrônica desligada e alerta sobre possibilidade de prisão
Imagem: Fernando Collor em imagem de 2022 (FOTO: Jefferson Rudy/Agência Senado)
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu na sexta-feira (17) prazo de cinco dias para que a defesa de Fernando Collor explique por quais motivos a tornozeleira eletrônica do ex-presidente ficou desligada, em violação a uma medida cautelar imposta.

Condenado a 8 anos e 10 meses por corrupção e outros crimes investigados na Lava Jato, Collor está preso em regime domiciliar desde maio deste ano. Entre outras obrigações, precisa ser monitorado eletronicamente.

Conforme decisão de Moraes, o Centro de Monitoramento Eletrônico de Pessoas, da Secretaria de Ressocialização e Inclusão de Alagoas, encaminhou na última quarta-feira (15) um relatório em que aponta que a tornozeleira do ex-presidente ficou sem bateria no dia 2 de maio deste ano, ficando desligada por mais de 36 horas.

No despacho, o magistrado alerta os advogados que o descumprimento da medida cautelar pode levar à decretação de prisão preventiva do ex-presidente, que atualmente está em regime domiciliar.

O ministro também deu prazo de 48 horas para a Secretaria de Ressocialização e Inclusão de Alagoas explicar porque só informou sobre o desligamento da tornozeleira eletrônica de Collor cinco meses após a ocorrência do descumprimento da medida cautelar.

Condenação na Lava Jato

Collor foi condenado pelo STF em 2023 por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa, em investigação que apurou desvios na BR Distribuidora.

O ex-presidente manteve-se fora da cadeia apresentando recursos, sempre recusados pela maioria do Supremo.

No primeiro semestre deste ano, o STF determinou o trânsito em julgado do caso e o cumprimento da sentença.

Como Collor foi diagnosticado com Parkinson em 2019 e também comprovou outras comorbidades, como privação de sono crônica e transtorno bipolar, ele foi autorizado a cumprir a pena em regime domiciliar.

Além do uso de tornozeleira eletrônica, o ex-presidente também teve as visitas restringidas e está com os passaportes suspensos, para evitar uma fuga do país.