Professores no Brasil usam mais IA que média de outros 53 países

No Brasil, 56% dos professores das escolas do país afirmam usar ferramentas de inteligência artificial

Por Agência Brasil 15 de Outubro de 2025 às 09:51
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Professores no Brasil usam mais IA que média de outros 53 países
Imagem: Rovena Rosa/Agência Brasil
No Brasil, 56% dos professores das escolas do país afirmam usar ferramentas de inteligência artificial (IA), seja para preparar aulas, seja para buscar formas mais eficientes de ensinar os conteúdos nas salas de aula. A porcentagem é superior à média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é 36%.

Os dados são da Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis) 2024, divulgada no início do mês, pela OCDE. 
A pesquisa, feita a partir de entrevistas com professores e diretores principalmente dos anos finais do ensino fundamental – do 6º ao 9º ano –, compara a educação em 53 países.

De acordo com o estudo, os professores brasileiros disseram que usam a IA para gerar planos de aula ou atividades (77%), ajustar automaticamente a dificuldade dos materiais de aula de acordo com as necessidades de aprendizagem dos alunos (64%) e aprender e resumir um tópico de forma eficiente (63%).

O uso menos frequente da IA, apontado pelos docentes, ​​é para revisar dados sobre a participação ou desempenho dos alunos (42%), gerar texto para feedback dos alunos ou comunicações com pais/responsáveis ​​(39%) e avaliar ou corrigir o trabalho dos alunos (36%).

De acordo com a Talis, os impactos do uso da IA na educação ainda são incertos.
“O uso da IA ​​na educação tem sido um tema de pesquisa há mais de 40 anos. No entanto, o lançamento do ChatGPT da OpenAI no final de 2022 acelerou o uso cotidiano da IA ​​em muitos setores da sociedade. Embora a IA esteja desempenhando um papel cada vez maior na vida das pessoas, sua influência a curto e longo prazo na educação permanece incerta. Como a IA deve ser usada na educação também é uma questão pertinente”, diz a pesquisa.

O uso também varia entre os países pesquisados. Enquanto cerca de 75% dos professores em Singapura e nos Emirados Árabes Unidos relatam que o fazem, o uso dessas ferramentas cai para menos de 20% entre os professores da França e do Japão. O Brasil aparece em 10º lugar entre os países pesquisados nesse quesito.