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Com a presença de bolsonaristas, Ciro Gomes se filia ao PSDB e associa PT à corrupção
Ex-governador retornou ao ninho tucano em meio à articulação de aliados para lançamento de sua candidatura ao governo do estado
Por Rafaela Gama, Guilherme Marconi* e Sérgio Quintella, O Globo
22 de Outubro de 2025 às 14:49

Com a presença de aliados bolsonaristas, o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes se filiou na manhã desta quarta-feira (22) ao PSDB, após deixar o PDT na semana passada, e teceu críticas ao presidente Lula e ao PT. A cerimônia aconteceu no hotel Mareiro, na avenida Beira Mar, em Fortaleza, e marcou o retorno dele ao partido, em meio à articulação por sua candidatura ao governo do Ceará em 2026.
Durante o evento, lideranças do partido discursaram sobre a expectativa de que o nome de Ciro seja capaz de unificar a oposição contra o atual governador Elmano de Freitas (PT) no ano que vem. Ao discursar no palanque, o ex-ministro não bateu o martelo sobre qual caminho deverá seguir em 2026, apesar de dizer que "morre pelo Brasil", mas "mata pelo Ceará". Em sua fala, ele também respondeu críticas sobre sua aproximação a nomes ligados ao bolsonarismo, como o deputado federal André Fernandes (PL) e o ex-deputado federal Capitão Wagner (União Brasil), presentes na cerimônia.
Durante o evento, lideranças do partido discursaram sobre a expectativa de que o nome de Ciro seja capaz de unificar a oposição contra o atual governador Elmano de Freitas (PT) no ano que vem. Ao discursar no palanque, o ex-ministro não bateu o martelo sobre qual caminho deverá seguir em 2026, apesar de dizer que "morre pelo Brasil", mas "mata pelo Ceará". Em sua fala, ele também respondeu críticas sobre sua aproximação a nomes ligados ao bolsonarismo, como o deputado federal André Fernandes (PL) e o ex-deputado federal Capitão Wagner (União Brasil), presentes na cerimônia.
— Quando o Lula se elege, ele chama o José Alencar, do PL. Quando ele resolveu lançar a Dilma, já avisado de que as coisas poderiam ser gravemente traumatizadas, ele chamou a polêmica figura do Michel Temer. Quando mais recentemente ele quis se eleger, por quase 1% de diferença do Bolsonaro, quem ele chamou? Geraldo Alckmin, fundador do PSDB e agora socialista, para eles — ironizou Ciro. — Aqui não tem ladrão, e lá?
Em referência direta a André Fernandes, Ciro agradeceu pela presença do parlamentar na ocasião e afirmou que ambos nutrem "algumas desavenças que serão resolvidas fraternalmente". Ao ser abordado pela imprensa na chegada do evento, o parlamentar afirmou ter expectativas de que Ciro se candidate ao governo do estado no ano que vem e comentou sobre possibilidades de composição.
— Espero que, de fato, que aconteça essa candidatura e que a oposição esteja unida em 2026 — disse Fernandes. — Vamos lutar para que isso ocorra com o diálogo, com respeito. Naturalmente, temos divergências em alguns pontos, mas, com certeza, dentro de uma sala, a gente vai sentar e conversar sobre isso.
A aproximação pública entre os dois teve início no ano passado, quando o parlamentar teve o apoio do ex-ministro ao disputar o segundo turno das eleições pela prefeitura de Fortaleza. Em um aceno recente, Ciro também tem demonstrado apoio à pré-candidatura ao Senado do pai de André, o deputado estadual Alcides Fernandes (PL).
O evento de Ciro também teve a presença do ex-deputado Capitão Wagner, seu antigo adversário no estado. Na véspera, ele disse, em entrevista ao portal local A Notícia do Ceará, que também se coloca a favor de uma aliança que una a oposição no estado no ano que vem e que pode ser construída em torno do nome do ex-governador.
— O que a gente defende é a unidade. E nisso, eu vou ser radicalmente a favor. Precisamos apresentar um projeto para o Estado do Ceará que una diferentes visões e propostas. Seja o Ciro, Roberto Cláudio, Eduardo Girão ou qualquer outro nome, o importante é que a gente esteja unido — disse.
Citado por Wagner, o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, aliado de primeira hora do ex-ministro, também deixou o PDT neste ano e se filiou ao União Brasil. O convite para a entrada no partido também foi estendido a Ciro pelo presidente da sigla, Antonio Rueda, no início de agosto, como informou o GLOBO, mas a sigla acabou sendo preterida.
Ao discursar no evento do aliado tucano, Roberto Cláudio também subiu o tom contra o PT.
— O Brasil se encontra perdido, liderado por uma gente sem honra e que decidiu não unir o país — disse. — Fui chegando aqui hoje e encontrando a comunidade cearense que, como nós, está insatisfeita com o abandono, o descaso e a corrupção promovidos pelo PT aqui no estado do Ceará.
As críticas ao governo foram retomadas por Ciro em sua fala ao citar índices de informalidade e políticas públicas de "clientelismo", além dos índices de criminalidade e dos números referentes à população em situação de rua no país. Ele também afirmou que o Brasil tem o quadro "mais corrupto" em sua história por liberar montantes de emendas para "a roubalheira generalizada" e criticou as recentes demissões de aliados de parlamentares da base que têm votado contra o governo.
— Muito obrigada por restaurar em mim a vontade de querer superar essa tragédia. Minha vida não tem sido fácil. É claro que eu sou um privilegiado, mas, para me manter linheiro e coerente com aquilo que penso, eu não me permito ser omisso, conciliar ou ceder a essa perversão — afirmou.
A aproximação do PDT ao PT, tanto da esfera estadual quanto na nacional, foi citada pelo ex-governador como motivo de sua recente insatisfação dentro da sigla. Ciro também demonstrou descontentamento com o processo de "fritura" enfrentado pelo presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, provocada pela crise do INSS, que levou à sua deposição do comando do Ministério da Previdência.
Durante o evento, o novo tucano também retomou as alfinetadas ao ministro da Educação, Camilo Santana (PT), seu adversário histórico no estado. Ao comentar sobre candidatos que poderiam ser arrolados pelo partido para disputar o Senado no ano que vem, ele afirmou que, do lado da gestão petista, a indicação dependeria de "assuntos do cornagem".
— Vamos discutir, Camilo Santana, eu vou tirar a sua máscara — disse ao ser ovacionado pelo público de apoiadores.
No passado, Ciro também insultou o auxiliar de Lula e passou a responder judicialmente ao se referir à ex-senadora e atual prefeita de Cratéus, Janaína Figueiredo, como "assessora de assuntos de cama" e "a pessoa que fazia o serviço sexual sujo" de Camilo.
Futuro do PSDB
Creditada durante toda a cerimônia desta quarta-feira como resultado de uma articulação feita pelo ex-governador Tasso Jereissati (PSDB), antigo aliado de Ciro, a filiação acontece diante da tentativa de renovação dos quadros nacionais do ninho tucano, após um período de esvaziamento da sigla. A crise no partido foi intensificada neste ano com a desfiliação dos três últimos governadores: Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, Raquel Lyra, de Pernambuco, foram em direção ao PSD, enquanto Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul, optou pelo PP.
De olho na recuperação eleitoral no ano que vem, lideranças tucanas também têm estimulado candidaturas dos ex-governadores Marconi Perillo (GO), Beto Richa (PR) e Aécio Neves (MG), em seus respectivos estados. Há ainda conversas para filiar o ex-prefeito do Rio, Cesar Maia, para lançá-lo a senador no ano que vem.
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